Kraken Sports rebate nota de diretoria do Ipatinga FC e afirma que não pegou dinheiro de patrocinador

Por meio de uma carta aberta ao torcedor Ipatinguense, a Kraken Sports, empresa que demonstrou interesse na compra do Ipatinga FC, negou as acusações feitas pela atual diretoria do Tigre. O documento foi compartilhado na noite dessa quarta-feira (28).

Na nota, a empresa começa se referindo ao comunicado como “mentiroso e imoral”, ainda de acordo com os detalhes, a empresa afirma que aquilo que foi dito pela diretoria são dados confidenciais e distorcidos.

“Fomos pegos de surpresa e com muito espanto diante da “Nota Oficial” mentirosa e imoral emitida pela Presidência do Ipatinga Futebol Clube e seu Conselho Deliberativo e os ataques gratuitos desferidos via imprensa, que expõe parcialmente dados confidenciais e distorce a realidade dos termos firmados no acordo fechado com o Ipatinga Futebol Clube”, diz parte da nota.

A situação ruim entre o empresário Marcos Ferraz e o presidente do Tigre, Nicanor Pires, se tornou pública quando o próprio representante do clube disse que a empresa não estava confirmada como certa na compra do Ipatinga, mesmo tendo afirmado em abril que eles já tinham um acordo de pré-venda.

Na nota dessa quarta-feira, a empresa citou, inclusive, como foi o acordo inicial entre ambas as partes. “O valor de investimento previsto na proposta de aquisição definia salvar o clube da falência, um aporte inicial durante o Campeonato Mineiro Módulo II para garantir, estabilizar e realizar a competição, além do compromisso de assumir as dívidas que giram em torno de R$ 40 milhões de reais e de incremento de receita que favorece diretamente a associação, uma vez que a lei das SAF obriga o repasse de 20% das receitas para quitação da dívida multimilionária”, relatou.

Em uma das partes da nota da diretoria, fala que a empresa junto ao Marcos Ferraz tiveram um gasto em torno de R$ 100 mil com o clube durante o Mineiro deste ano, fato esse negado pela empresa que diz ser um valor acima do que foi falado. Além disso, eles também negaram ter pegado qualquer valor de patrocínio do Ipatinga.

“Nós não aportamos somente os R$100.000,00 (cem mil reais) ditos por eles e não ficamos com um centavo de qualquer patrocinador em nosso favor, ao contrário! Os gastos com a campanha do Módulo II superaram, e muito, todas as expectativas por um motivo muito simples, a Associação Ipatinga Futebol Clube não possui nenhum registro financeiro de suas dívidas e credores”, diz a nota.

Apesar de Marcos Ferraz afirmar, durante entrevista à Plox, que a parceria com Nicanor Pires começou a desandar após discordarem de algumas coisas, a nota relata que a relação começou a não dar certo quando a empresa resolveu mexer na “caixa preta” do clube. 

“Existem forças externas influenciando o Conselho do Ipatinga e a atual presidência, o que é facilmente perceptível com o tapa que foi dado na cara da sociedade ipatinguense nos últimos dias pelas escolhas equivocadas que a atual Diretoria adotou. Foi só começarmos a mexer na CAIXA PRETA do Ipatinga que as coisas começaram a desandar”, afirmaram. 

No fim da nota, a empresa ainda afirmou que “vai lutar pelo Ipatinga Futebol Clube até o fim” e que “todas as medidas legais estão sendo tomadas para que o Ipatinga nunca mais saia do seu lugar de direito.''

Veja a nota na íntegra: 

Carta aberta ao torcedor do Ipatinga F.C.

Fomos pegos de surpresa e com muito espanto diante da “Nota Oficial” mentirosa e imoral emitida pela Presidência do Ipatinga Futebol Clube e seu Conselho Deliberativo e os ataques gratuitos desferidos via imprensa, que expõe parcialmente dados confidenciais e distorce a realidade dos termos firmados no acordo fechado com o Ipatinga Futebol Clube, dessa forma, esclarecemos os seguintes fatos:

Como é público e notório ao chegarmos no clube, identificamos a inexistência de quaisquer históricos financeiros dos últimos anos e mesmo assim, fizemos um trabalho de gestão corajoso e com muita responsabilidade financeira para que o IFC depois de 12 anos, pudesse novamente voltar para a elite do futebol mineiro. Isso demonstra o que uma gestão séria e competente pode fazer com apenas 03 meses de um bom trabalho frente a uma irresponsabilidade caótica que durou 12 longos anos, UMA DÚZIA DE ANOS, de uma gestão feito pelos mesmos que estão querendo voltar e que deixaram o time a beira de fechar as portas, salvo por nós em questão de 01 dia. Quando chegamos ao clube tudo foi feito para que o resultado máximo fosse alcançado e o resultado fala por si!

O valor de investimento previsto na proposta de aquisição definia salvar o clube da falência, um aporte inicial durante o Campeonato Mineiro Modulo II para garantir, estabilizar e realizar a competição, além do compromisso de assumir as dívidas que giram em torno de R$ 40 milhões de reais e de incremento de receita que favorece diretamente a associação, uma vez que a lei das SAF obriga o repasse de 20% das receitas para quitação da dívida MULTIMILIONÁRIA – acumulada por anos de uma péssima gestão, principalmente os últimos 04 anos – fato esse que pode gerar milhões em receitas para a quitação da dívida e que parece ser ignorado pelos responsáveis pela Nota.

Nós não aportamos somente os R$100.000,00 (cem mil reais) ditos por eles e não ficamos com um centavo de qualquer patrocinador em nosso favor, ao contrário! Os gastos com a campanha do Módulo II superaram, e muito, todas as expectativas por um motivo muito simples, a Associação Ipatinga Futebol Clube não possui nenhum registro financeiro de suas dívidas e credores. Não possui sequer contabilidade regular e muito menos possui fonte consistente de receitas. O trabalho que o Sr. Nicanor Pires fez dentro de campo será lembrado sempre pela nossa gigantesca torcida, mas, um clube de futebol não se faz apenas dentro de campo... 

Cada ponto apresentado em “Nota Oficial” do Ipatinga, demonstra claramente a inabilidade de gestão dos mesmos que decretaram a FALÊNCIA do clube.

Existem forças externas influenciando o Conselho do Ipatinga e a atual presidência, o que é facilmente perceptível com o tapa que foi dado na cara da sociedade ipatinguense nos últimos dias pelas escolhas equivocadas que a atual Diretoria adotou. Foi só começarmos a mexer na CAIXA PRETA do Ipatinga que as coisas começaram a desandar. Entendemos que as discussões via imprensa visam depreciar quem, de fato, apoiou o Tigre no seu pior momento e são apenas um movimento que acumula vaidade, destempero e ingratidão. Não fazemos ameaça alguma à gestão da Associação mas qualquer torcedor do Tigre sabe o que eles fizeram com esse verdadeiro patrimônio do Vale do Aço e o que são, de fato, capazes de fazer.

É preciso olhar para o IFC muito além do que apenas o Campeonato Mineiro de 2023, é preciso pensar o Ipatinga a longo prazo, uma vez que clube é um patrimônio de todo o Vale do Aço, e não do interesse particular de alguns, que insistem em sugar tudo o que o clube pode oferecer. Todas as medidas legais estão sendo tomadas para que o Ipatinga nunca mais saia do seu lugar de direito.

Reafirmamos aqui, mais uma vez, o nosso compromisso com o cidadão ipatinguense e com toda a torcida do Ipatinga Futebol Clube. O que fazemos vai muito além do nosso investimento pessoal e está baseado no amor que adquirimos pelo time, parafraseando o nosso sonhador Marcos Ferraz: “Somos ipatinguenses desde criancinha!”.

Vamos lutar juntos pelo Ipatinga Futebol Clube ATÉ O FIM, vamos juntos mais unidos que somente uma sociedade, que somente uma torcida, pois somos uma alcateia... NÓS SOMOS TIGRES!

Nota do Ipatinga FC

Desde a aprovação do projeto de lei que criou a Sociedade Anônima do Futebol no Brasil, que o Ipatinga FC demonstra o desejo de se transformar em SAF, principalmente por problemas financeiros e dívidas trabalhistas. 

Em abril, o Ipatinga externou suas dificuldades  e com isso sugiram alguns investidores interessados em aportar recursos financeiros no clube. Após algumas conversas, o presidente Nicanor Pires optou pela Kraken Sports, empresa que esteve junto do clube durante a disputa do Módulo II do Campeonato Mineiro. 

O acordo com a Kraken previa que a empresa deveria, de imediato, aportar recursos próprios para a disputa do Campeonato Mineiro e sendo assim teria prioridade na aquisição da SAF. Na primeira semana foi aportado um valor em torno de R$ 100.000,00, para inscrição de atletas e pagamento de salários. 

O presidente do Ipatinga FC abriu mão da gestão financeira e deixou que a Kraken tomasse conta dessa parte, controlando entradas e saídas. 

Já em seu segundo mês, a Kraken não conseguiu aportar mais recursos e foi necessário recorrer a parceiros do clube, desprezados pela Kraken quando a mesma chegou ao Ipatinga. 

Para a sequência da competição, os recursos investidos no clube foram oriundos das empresas Superbets, Connect, Vale Grill (bar no estádio), receita de bilheteria dos jogos, vendas de placas e outras receitas geradas a partir do próprio clube e não oriundos da Kraken. 

Em junho, o Conselho Deliberativo do clube aprovou por unanimidade a venda da SAF para a Kraken por 80 milhões de reais que seriam utilizados para quitar as dívidas do clube e investir em melhorias, o que não ocorreu. 

No dia 25 de julho, data do último jogo em casa, diante do Tupynambás, a Kraken por meio de recurso aportado pela empresa Multimarcas, realizou com 20 dias de atraso o pagamento referente ao mês de junho. 

É público que a Kraken não quitou o salário do mês de julho, que venceu logo após a conquista do acesso á elite do futebol mineiro, mesmo tendo recebido recurso da empresa Multimarcas para a quitação desse débito. 

Diversos jogadores entraram na justiça para cobrar o pagamento do último salário que a Kraken, que havia assumido publicamente que seria a única responsável financeiramente falando pelas despesas do Ipatinga FC. 

O presidente Nicanor Pires já realizou o pagamento de alguns desses atletas e negocia com os que não entraram na justiça para resolver a pendência. 

Por diversas vezes, Marcos Ferraz, representante da Kraken deu entrevista dizendo que gastou mais de 2,5 milhões no Campeonato Mineiro, que quitou dívidas antigas do clube, fazendo com que o torcedor acreditasse que o clube havia encontrado uma solução. 

As despesas do Ipatinga FC não chegaram nem próximo do valor externado e rapidamente imprensa e torcida começaram a perceber que algumas falas do representante da Kraken não tinha menor sentido. 

Nos últimos dias, a diretoria do clube tem recebido muitas informações que colocam em dúvida a idoneidade da Kraken, como por exemplo o anúncio por parte da mesma do senhor Felipe Ximenes como membro da diretoria da SAF, o que foi negado pelo próprio. 

O presidente do clube recebeu também com muita surpresa uma informação de que o senhor Marcos Ferraz havia negociado um percentual do clube, mesmo ele não tendo autonomia e poder para realizar, por dois milhões de reais e que esse suposto comprador já havia repassado ao Marcos Ferraz cerca de R$ 300.000,00. E ainda assim a Kraken deixou de cumprir com as obrigações salariais.

A Kraken conseguiu também a proeza de deixar para o clube uma dívida na Federação Mineira de Futebol, algo que jamais havia acontecido na gestão do presidente Nicanor Pires. O curioso é que essa dívida com a FMF não deveria existir, uma vez que a causa da dívida é a ausência de pagamento dos impostos e taxas dos jogos realizados em casa, que sempre são descontados da renda da bilheteria, mas que, por algum motivo, não foi repassado para a FMF. 

Sem contar as cobranças que o presidente recebeu de empresa de ônibus que levou a delegação em viagens e restaurante. 

Camisas oficiais forma vendidas ao torcedor e não repassada ao comprador, reclamações de pessoas que se sentiram lesadas e sofreram golpe da empresa USDSPORTS, que faz parte do grupo Kraken. 

Sendo assim, diante do exposto e afim de esclarecer para o torcedor, está relatado alguns fatos que justificam a não prioridade mais da Kraken Sports para a aquisição da SAF. 

O torcedor pode ficar tranquilo e ter a certeza de que diretoria e conselho farão o melhor para a instituição, independente de pessoas. A nossa prioridade é o Ipatinga Futebol Clube.

Veja a entrevista de Marcos Ferraz à Plox:

Veja a entrevista de Nicanor Pires à Plox: