Morre Jimmy Carter, ex-presidente dos EUA, aos 100 anos
Líder do Partido Democrata, Carter enfrentou crises globais e promoveu a paz; recebeu o Nobel em 2002.
Por Plox
29/12/2024 18h36 - Atualizado há 22 dias
O ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter faleceu neste domingo (29), aos 100 anos, conforme confirmado por seu filho ao jornal americano The Washington Post. Carter, que liderou o país entre 1977 e 1981, marcou sua trajetória política com esforços humanitários e diplomáticos, culminando no recebimento do Prêmio Nobel da Paz em 2002, em reconhecimento por sua atuação na busca de soluções pacíficas para conflitos internacionais.
Diplomacia e crises durante a presidência
Jimmy Carter, o 39º presidente dos EUA, assumiu o cargo em 1977 após vencer as eleições de 1976 como candidato do Partido Democrata. Sua gestão enfrentou grandes desafios, incluindo uma grave crise econômica e energética interna e momentos críticos na política externa.
A crise do petróleo de 1973 resultou em alta nos preços de energia e inflação, impactando diretamente o crescimento econômico do país durante seu mandato. Apesar disso, Carter foi elogiado internacionalmente por sua atuação em diplomacia de paz, especialmente ao mediar, em 1978, o histórico acordo entre Israel e Egito, conhecido como os Acordos de Camp David.
Outro marco de sua gestão foi o boicote liderado pelos EUA às Olimpíadas de Moscou em 1980, em protesto contra a invasão soviética no Afeganistão.
Sequestro de reféns no Irã e derrota eleitoral
Um dos episódios mais críticos de seu governo ocorreu em 1979, quando militantes islâmicos sequestraram 52 americanos na embaixada dos EUA em Teerã. O sequestro foi uma retaliação ao asilo concedido pelo governo Carter ao xá do Irã, deposto pela Revolução Islâmica.
A tentativa de resolver a crise diplomaticamente fracassou, e uma operação militar autorizada por Carter também não obteve êxito, resultando em oito mortes e manchando sua reputação. Os reféns só foram libertados em 1981, no primeiro dia de governo de Ronald Reagan, que derrotou Carter nas eleições de 1980.
Atuação após a Casa Branca
Após deixar a presidência, Jimmy Carter manteve uma intensa agenda política e humanitária. Em 1982, criou a Fundação Carter, que se dedicou a promover a democracia, os direitos humanos e ações humanitárias em países como Haiti, Coreia do Sul e várias nações africanas.
Além disso, ele participou de missões diplomáticas ao redor do mundo e tornou-se uma referência em iniciativas de construção de paz e monitoramento de eleições.
Vida pessoal e legado político
Jimmy Carter nasceu na Geórgia, onde iniciou sua carreira política como senador estadual e governador antes de alcançar a presidência. Ele e sua esposa, Rosalynn, com quem esteve casado por décadas, tiveram quatro filhos. Entre seus descendentes, Jason Carter destacou-se como senador estadual pela Geórgia, eleito em 2010 pelo Partido Democrata.
O centenário de Carter será lembrado não apenas pelos desafios enfrentados durante sua administração, mas também por seu compromisso com a promoção da paz e da justiça social ao longo de sua vida.