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Mãe conta como tentou salvar filhos de 4 anos que morreram afogados em chácara de Dracena
Yasmin e Gael, descritos pela família como muito próximos e carinhosos, voltaram para a piscina sem que adultos percebessem; crianças chegaram com sinais vitais ao pronto atendimento, mas não resistiram, e Polícia Civil apura as circunstâncias do afogamento
29/12/2025 às 09:39por Redação Plox
29/12/2025 às 09:39
— por Redação Plox
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Uma semana após o afogamento que resultou na morte de dois irmãos de 4 anos em uma chácara de Dracena (SP), na noite de 20 de dezembro, a mãe de Yasmin de Morais Brito relatou como foram os momentos que antecederam a tragédia e o desespero durante o resgate.
Andressa Morais, madrasta das crianças e atual esposa do pai delas, acompanhava os irmãos na confraternização em família realizada na chácara e agora tenta lidar com o luto pela perda da filha e do enteado, com quem mantinha um forte vínculo afetivo.
Ela contou que segue em choque com o que aconteceu e descreveu a ligação com as crianças como intensa e diária, marcada por cuidado e convivência próxima. A perda simultânea dos dois, segundo Andressa, deixou um vazio profundo na rotina da família.
Como aconteceu o acidente na piscina
De acordo com Andressa, o pai das crianças saiu por alguns minutos para buscar a avó em outra confraternização, enquanto ela permaneceu no local acompanhando os pequenos.
Ela lembra que as crianças estavam animadas, brincando na piscina e relutando em sair da água para se arrumar e retornar a um amigo secreto em outro ponto da confraternização. Antes da saída do pai, Andressa afirma que havia retirado os irmãos da piscina, tirado as boias e enxugado os dois, que aguardavam para comer.
Em seguida, ela foi ajudar a organizar a mesa quando ouviu um grito. Uma das pessoas presentes percebeu que as crianças tinham caído novamente na piscina. Segundo Andressa, tudo aconteceu muito rápido, em um intervalo de poucos minutos, e ela afirma que ainda tenta compreender como os dois conseguiram voltar para a água sem que ninguém notasse de imediato.
Imagens divulgadas em redes sociais mostram Yasmin e Gael, irmãos por parte de pai, em momentos anteriores ao acidente, reforçando o laço de convivência entre eles. A confraternização ocorria em uma chácara localizada na Avenida Rui Barbosa, alugada pela família para o encontro.
Yasmin e Gael, que morreram afogados em psicina durante confraternização em família, eram irmãos por parte de pai.
Foto: Reprodução / Redes sociais.
Desespero e tentativa de resgate
Ao perceber o que estava acontecendo, Andressa pulou na piscina e retirou as crianças da água. Ela relatou que iniciou manobras de primeiros socorros ali mesmo, na área da piscina.
Segundo ela, os irmãos chegaram a vomitar água e apresentavam pulsação, mas estavam desacordados. Nesse momento, o desespero tomou conta dos familiares e pessoas que participavam da confraternização.
O Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar foram acionados. Um morador que passava pela frente da chácara ouviu os pedidos de socorro, entrou no imóvel e ajudou nas tentativas de reanimação das crianças, participando das manobras e das orações feitas no local.
Andressa relatou que, no meio da confusão, o pai das crianças retornou e se deparou com a cena do resgate. A família então colocou os irmãos em um carro particular para levá-los ao hospital. O morador que havia parado para ajudar assumiu a direção do veículo e conduziu todos até a unidade de saúde.
No caminho, a família encontrou uma viatura de resgate, que assumiu o atendimento às crianças. Elas deram entrada no hospital ainda com sinais vitais, mas não resistiram. A notícia da morte dos irmãos interrompeu a expectativa da família de que tudo terminaria apenas como um grande susto.
Luto e memórias de Yasmin e Gael
Desde o acidente, Andressa relata que vive dias de intensa dor. Ela diz que não perdeu apenas a filha biológica, mas também o enteado, a quem considerava como um filho. O sentimento é de impotência por não ter conseguido evitar o afogamento, apesar dos cuidados que afirma ter sempre dedicado aos dois.
Yasmin é lembrada pela madrasta como uma menina doce, carinhosa e protetora, que gostava de cuidar das pessoas ao redor e chamava a atenção pela forma como contagiava quem convivia com ela, desde o nascimento até os últimos dias de vida.
Já Gael, segundo Andressa, era um menino esperto e muito afetuoso. Ele chamava a madrasta de “mamãe” e costumava dizer que a amava, gesto que ela descreve como motivo constante de alegria. Pela ligação intensa entre os dois irmãos, Andressa dizia que eles eram como “gêmeos de barriga separada”.
A mãe de Gael, Joice Silva, também destacou o forte vínculo entre as crianças, descrevendo Yasmin como uma menina meiga, amorosa e muito próxima do irmão. Ela afirmou que a tragédia abalou profundamente as duas famílias e relatou que a dor pelas perdas ainda é incalculável.
Investigação policial e dinâmica do caso
Conforme registrado em boletim de ocorrência, a família estava reunida na chácara alugada para a confraternização quando as crianças, que brincavam na área da piscina, entraram na água e começaram a se afogar.
Um parente percebeu a situação e pediu ajuda, momento em que o morador que passava pela rua se juntou ao socorro e realizou manobras de reanimação em uma das vítimas. Na sequência, os irmãos foram levados em um carro particular até o hospital, com apoio do Corpo de Bombeiros durante o trajeto.
As mortes foram confirmadas no Pronto Atendimento Municipal de Dracena. Um infográfico elaborado pela reportagem mostra a localização da chácara na cidade e a área da piscina onde o afogamento ocorreu, ilustrando a dinâmica do acidente.
De acordo com a Polícia Civil, um inquérito foi instaurado para apurar as circunstâncias do caso. O delegado responsável é Cléber Augusto Batista, que conduzirá a investigação para esclarecer em detalhes o que levou ao afogamento dos irmãos e em que condições a tragédia aconteceu.