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Política
Cidades da Grande SP vão reajustar tarifa de ônibus para R$ 6,10 em 2026, acima da inflação
Osasco, Barueri, Carapicuíba, Jandira e Itapevi, via consórcio CIOESTE, sobem passagem municipal para R$ 6,10 a partir de 5 de janeiro de 2026, alta de 5,2% superior ao IPCA em 12 meses; prefeituras alegam recomposição de custos e manutenção da qualidade do serviço
29/12/2025 às 12:45por Redação Plox
29/12/2025 às 12:45
— por Redação Plox
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Os municípios de Osasco, Barueri, Carapicuíba, Jandira e Itapevi, na Grande São Paulo, vão reajustar a tarifa de ônibus municipais de R$ 5,80 para R$ 6,10 a partir de 5 de janeiro de 2026. As cidades integram o Consórcio Intermunicipal da Região Oeste Metropolitana de São Paulo (CIOESTE) e definiram o aumento em conjunto.
O reajuste representa alta de 5,2%, acima da inflação oficial acumulada em 12 meses medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do IBGE, que até novembro somou 4,5%.
Em comunicado divulgado nesta segunda-feira (29), os prefeitos afirmaram que o reajuste foi definido com base em critérios técnicos e legais, levando em conta a recomposição dos custos operacionais do sistema e o objetivo de manter a qualidade, a segurança e a regularidade do serviço prestado à população.
Segundo o texto, o CIOESTE também reforçou o compromisso com a mobilidade urbana regional, a transparência e o diálogo com os municípios consorciados e a sociedade.
Capital paulista deve anunciar novo valor
Além das cinco cidades do consórcio, há expectativa de que o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), anuncie nas próximas horas o novo valor da tarifa de ônibus na capital, atualmente em R$ 5,00.
Para definir o reajuste, Nunes tem reunião marcada às 15h, no gabinete localizado no Viaduto do Chá, no Centro da capital, com o secretário municipal de Governo, o secretário de Planejamento e Eficiência, o secretário da Fazenda em exercício e o secretário de Mobilidade Urbana e Transportes.
Reajuste de 5,2% está acima da inflação dos últimos 12 meses medidas pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do IBGE, que até o mês de novembro apurou que a inflação oficial do país foi de 4,5%.
Foto: Reprodução / Agência Brasil.
Inflação oficial volta a ficar dentro da meta
O IPCA, indicador que mede a inflação oficial do país, registrou alta de 0,18% em novembro, de acordo com dados divulgados em 10 de dezembro pelo IBGE.
No acumulado de 2025, a inflação está em 3,92%, enquanto a taxa dos últimos 12 meses ficou em 4,46%, abaixo dos 4,68% verificados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em novembro de 2024, o índice havia avançado 0,39%.
O resultado de novembro ficou levemente abaixo das projeções do mercado, que estimavam alta de 0,20% no mês e de 4,5% no acumulado em 12 meses. Com esse desempenho, a inflação voltou a se manter dentro do intervalo de tolerância do Banco Central, que trabalha com meta de 3% e aceita variação até o teto de 4,5%.
Foi a menor variação para um mês de novembro desde 2018, quando houve queda de 0,21%.
Despesas pessoais e habitação lideram altas
Em novembro, cinco dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram aumento. Despesas pessoais (0,77%) e Habitação (0,52%) responderam, cada um, por 0,08 ponto percentual do IPCA. Na sequência vieram Vestuário
(0,49%), Transportes (0,22%) e Educação (0,01%).
Os demais grupos registraram queda: Artigos de residência (-1,00%), Comunicação (-0,20%), Saúde e cuidados pessoais (-0,04%) e Alimentação e bebidas (-0,01%).
Resultado dos grupos do IPCA em novembro:
Alimentação e bebidas: -0,01%
Habitação: 0,52%
Artigos de residência: -1,00%
Vestuário: 0,49%
Transportes: 0,22%
Saúde e cuidados pessoais: -0,04%
Despesas pessoais: 0,77%
Educação: 0,01%
Comunicação: -0,20%
No grupo Despesas pessoais (0,77%), passagens aéreas tiveram alta de 11,9%, enquanto hospedagem subiu 4,09% e acrescentou 0,03 ponto percentual ao índice.
O desempenho foi especialmente influenciado por Belém, onde a variação das passagens aéreas chegou a 178,93% em novembro, mês em que a cidade sediou a COP-30, conferência do clima da ONU.
Tarifas de água, esgoto e gás encanado impactam habitação
O grupo Habitação voltou a subir em novembro, com alta de 0,52%, após recuo de 0,30% em outubro. A elevação foi puxada pela energia elétrica residencial, que avançou 1,27% e acrescentou 0,05 ponto percentual ao IPCA.
O índice também refletiu reajustes nas tarifas de água e esgoto e redução no gás encanado. Em Fortaleza, as tarifas de água e esgoto subiram 9,75%, o que levou o subitem a avançar 0,29%, com variação local de 7,8% a partir de 5 de
novembro.
No Rio de Janeiro, as tarifas de gás encanado caíram 0,04%, resultando em queda de 0,01% no subitem a partir de 1º de novembro.
Energia elétrica segue como principal pressão
A energia elétrica voltou a ter forte impacto no IPCA em novembro, com alta de 1,27%.
No acumulado do ano, a energia elétrica residencial é o item de maior peso, com avanço de 15,08% e impacto de 0,58 ponto percentual no índice. No intervalo de 12 meses, mantém a liderança entre os itens que mais pressionam a inflação, com aumento de 11,41% e contribuição de 0,46 ponto percentual.
Segundo o IBGE, o resultado foi influenciado pela vigência da bandeira tarifária vermelha, que encarece a conta de luz ao adicionar cobrança extra sobre o consumo. A partir de dezembro, a tarifa passa para a bandeira amarela, o que tende a aliviar parcialmente o custo da energia.
Ao longo de 2025, o comportamento das bandeiras tarifárias também contribuiu para o peso da energia na inflação: foram quatro meses de bandeira verde, maio em bandeira amarela e, de junho a novembro, bandeira vermelha.
Em novembro, mesmo com a bandeira vermelha patamar 1 em vigor — que acrescenta R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos —, o item também foi afetado por reajustes em diferentes capitais, como:
Goiânia: +19,56% (impacto de 13,02%), válido desde 22/10;
Brasília: +11,21% (7,39%), válido desde 22/10;
São Paulo: +16,05% em uma das concessionárias (0,70%), desde 23/10;
Porto Alegre: +21,95% em uma das concessionárias (2,39%), desde 22/11.
Transportes coletivos ajudam a segurar o índice
No grupo Transportes, os coletivos contribuíram para a desaceleração da inflação, sobretudo devido às gratuidades concedidas em feriados e nos dias de prova do Enem.
Ônibus urbano tiveram queda de 0,76%, com recuos expressivos em Belém (-15,54%), Curitiba (-3,93%) e Brasília (-0,91%). Em São Paulo, metrô e trem recuaram 6,73%, refletindo a gratuidade aplicada durante os dias de exame. Na integração do transporte público, a redução foi de 4,51%.
O grupo Artigos de residência registrou a maior queda entre todos, com recuo de 1%. As quedas mais relevantes foram em eletrodomésticos e equipamentos (-2,44%) e itens de TV, som e informática (-2,28%).
Saúde e cuidados pessoais tiveram leve baixa de 0,04%, influenciada pela queda de 1,07% nos artigos de higiene pessoal, que reverteram a alta de 0,57% observada em outubro.
Alimentação no domicílio cai pelo sexto mês seguido
O grupo Alimentação e bebidas voltou ao campo negativo em novembro, com recuo de 0,01%. A alimentação no domicílio caiu pelo sexto mês consecutivo (-0,20%).
Entre os principais itens em queda estão tomate (-10,38%), leite longa vida (-4,98%) e arroz (-2,86%). Em sentido contrário, óleo de soja (2,95%) e carnes (1,05%) registraram alta.
A alimentação fora do domicílio subiu 0,46%, mas em ritmo mais moderado. O lanche desacelerou de 0,75% para 0,61%, enquanto a refeição passou de 0,38% para 0,35%.
Goiânia e Aracaju têm extremos regionais
Entre os índices regionais, Goiânia apresentou a maior variação em novembro, de 0,44%, impulsionada pela forte alta da energia elétrica residencial (13,02%) e das carnes (1,78%).
Aracaju registrou a menor variação, de -0,10%, pressionada pela queda no conserto de automóvel (-3,75%) e na gasolina (-1,40%).