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Polícia
Namorada enviou mensagens de ameaças antes de atropelamento: 'Quebrar ele e tudo o que tem aí'
Geovanna Proque da Silva, 21, foi presa após perseguir de carro, atropelar e matar o namorado, Raphael Canuto, 21, e a amiga dele, Joyce Correa, 19, na Zona Sul de São Paulo; polícia aponta dolo direto de matar e descarta acidente de trânsito
29/12/2025 às 12:01por Redação Plox
29/12/2025 às 12:01
— por Redação Plox
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A jovem presa em flagrante por perseguir de carro, atropelar e matar o namorado e uma amiga dele, que estavam em uma moto, chegou a enviar mensagens com ameaças antes do crime. O caso ocorreu na madrugada de domingo (28), na Zona Sul de São Paulo.
Câmeras de segurança registraram o momento em que a universitária Geovanna Proque da Silva, de 21 anos, acelerou um Citröen prata contra a traseira da moto azul em que estavam Raphael Canuto da Silva, também de 21 anos, e Joyce Correa da Silva, de 19. O impacto derrubou as vítimas, que morreram no local, na Rua Professor Leitão da Cunha, no Parque Regina. Raphael trabalhava como gerente em uma churrascaria e Joyce era estudante. Segundo a polícia, os dois, que eram amigos, foram mortos de propósito pela estudante de medicina veterinária.
Rapaz de 21 anos e amiga de 19 morrem atropelados pela namorada dele; polícia suspeita de crise de ciúmes.
Foto: Reprodução / Redes sociais.
Mensagens de ameaça antes do crime
Pouco antes do atropelamento, Geovanna enviou mensagens de texto para uma conhecida do casal, Giovanna Sulpino da Costa, de 23 anos. Ela relatou que a universitária namorava Raphael havia cerca de um mês, mas demonstrava forte ciúme.
Na conversa por telefone, Geovanna pedia que Giovanna expulsasse outras mulheres que participavam de uma festa na casa de Raphael. A autora das ameaças não estava no local naquele momento.
Em mensagens enviadas por WhatsApp, Geovanna escreveu que as mulheres teriam de sair “por bem ou por mal” e avisou que, se isso não acontecesse, iria pessoalmente até a casa do namorado “quebrar ele e tudo que tem aí”. De acordo com o inquérito, essas conversas foram anexadas à investigação.
Giovanna respondeu que todos na casa eram conhecidos de infância e afirmou que “todo mundo aqui cresceu junto, não tem maldade mesmo. Não tô entendendo onde você quer chegar”. Ela é irmã de um dos amigos de Raphael e participava do churrasco organizado por ele para comemorar o início das férias do trabalho.
Na sequência, Geovanna avisou: “Vão saber já, já. Estou saindo de casa”, e ainda escreveu que “não vai ter conversa” e que “falei para resolver entre vocês. Não resolveu”.
Perseguição e atropelamento
Geovanna chegou à casa de Raphael acompanhada da madrasta. O rapaz tentou impedir a entrada da namorada para evitar mais confusão e, logo depois, deixou o local de moto.
A universitária entrou no carro com a madrasta e passou a seguir Raphael. No caminho, ele parou em uma adega e deu carona para Joyce, que subiu na garupa da moto. Testemunhas relataram que, em seguida, Geovanna continuou a perseguição, acelerou o carro e bateu na traseira da moto, derrubando as vítimas e passando por cima delas.
O atropelamento ocorreu próximo ao restaurante em que Raphael trabalhava. Com a força da batida, as vítimas foram arremessadas a cerca de 30 metros de distância.
Raphael e Joyce morreram após serem atropelados pela namorada dele.
Foto: Reprodução / Redes sociais.
Relatos de zombaria após as mortes
Depoimentos de Giovanna e de um amigo de Raphael à polícia apontam que Geovanna teria zombado das mortes logo após o crime.
Segundo os relatos, um dos amigos de Raphael foi alvo de provocações da universitária sobre o atropelamento do casal. As declarações constam no boletim de ocorrência e nos depoimentos anexados ao inquérito.
À esquerda, Citroen preto que estava estacionado também foi atingido; à direita, Citroen prata usado no atropelamento.
Foto: Reprodução / Redes sociais.
Outras vítimas e danos na perseguição
Durante a perseguição, Geovanna atingiu ainda um homem que caminhava na calçada. Ele caiu no chão, bateu as costas e a cabeça e precisou levar pontos. Outros dois veículos, um Citroën C4 preto e um Gol branco, que estavam estacionados na rua, também foram atingidos.
Prisão preventiva e investigação
Após o atropelamento, a motorista fugiu, mas passou mal e sentou na calçada de uma rua próxima. Policiais militares a retiraram do local ao perceberem que algumas pessoas ameaçavam linchá-la.
Com cortes superficiais nos braços e no pescoço, ela foi levada, detida, a uma unidade médica sob escolta policial. Segundo o Tribunal de Justiça, a prisão em flagrante foi convertida em prisão preventiva. A reportagem informou que não conseguiu contato com a defesa da jovem.
Geovanna, acompanhada de uma advogada, contou aos policiais militares que havia tomado um antidepressivo, mas afirmou que tinha consciência do que aconteceu. Ela foi submetida a exames toxicológicos, cujos resultados ainda não ficaram prontos.
Na delegacia, a universitária permaneceu em silêncio durante o interrogatório. O caso foi registrado no plantão do 89º Distrito Policial (Portal do Morumbi) e a investigação ficará a cargo do 37º DP (Campo Limpo).
Acusação de homicídio qualificado
Geovanna foi indiciada por homicídio doloso qualificado por motivo fútil e emboscada, além de lesão corporal, todos cometidos na direção de veículo automotor. Segundo o boletim de ocorrência, as apurações indicam que “não se tratou de um simples acidente de trânsito”.
Para a polícia, ficou caracterizado o dolo direto de matar na conduta da investigada, motivo pelo qual foram imputados a ela dois homicídios qualificados por ciúmes, apontados como motivo fútil, e pela forma como o crime ocorreu, com a moto em movimento, o que teria impedido qualquer possibilidade de defesa das vítimas.