Alerta da OMS sobre aumento de falsificações de medicamentos para diabetes

Cresce o número de lotes falsificados de Ozempic e Wegovy no Brasil, alerta a OMS e Anvisa

Por Plox

30/01/2024 21h42 - Atualizado há 9 meses

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recentemente divulgou um comunicado alertando sobre o crescimento na falsificação dos medicamentos Ozempic e Wegovy, ambos produzidos pela farmacêutica Novo Nordisk. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já identificou três lotes falsificados desses produtos.

 Foto: Freepik/Reprodução

Identificação de Lotes Falsificados Os lotes falsificados identificados no Brasil são LP6F832, MP5C960 e MP5A064, com os dois últimos apresentando embalagens em espanhol e concentração de 1 mg, divergindo das especificações do medicamento original. A primeira detecção de um lote falso ocorreu em junho de 2023, com o mais recente identificado em 10 de janeiro de 2024.

Causas da Falsificação A OMS relaciona o aumento de medicamentos falsificados à escassez global dos produtos, especialmente aqueles destinados ao tratamento de diabetes tipo 2 e, em alguns casos, aprovados para auxílio na perda de peso. Esta escassez, segundo a organização, cria um ambiente propício para a circulação de versões falsificadas, que podem comprometer seriamente a saúde dos consumidores.

Situação nos Estados Unidos e no Brasil Nos Estados Unidos, a semaglutida, ingrediente ativo do Ozempic e Wegovy, figura na lista de drogas em falta da FDA, órgão equivalente à Anvisa. Já no Brasil, apesar da promessa de disponibilização do Wegovy em 2023, o medicamento ainda não está acessível no mercado. A Novo Nordisk informou que a apresentação de 1 mg de Ozempic terá disponibilidade intermitente no primeiro semestre de 2024 devido à demanda acima do esperado.

Riscos dos Medicamentos Falsificados A OMS e especialistas alertam para os riscos significativos associados ao uso de medicamentos falsificados. Marcio Mancini, endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia de São Paulo (Sbem), destaca a incerteza em relação à composição, fabricação e potenciais malefícios desses produtos, podendo até conter bactérias. Na Áustria, foram registrados casos de hospitalizações devido ao uso de doses de medicamentos falsos.

Orientações aos Consumidores Para evitar o consumo de medicamentos falsificados, a OMS e a Anvisa recomendam a compra de medicamentos apenas por meio de fornecedores autorizados e regulamentados. Além disso, alertam para a necessidade de desconfiança em relação a preços muito abaixo do mercado e promoções atípicas, especialmente em plataformas de mídia social e outros pontos de venda não regulamentados.

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