Carlos Bolsonaro depõe na PF sobre publicação ofensiva após buscas em caso de espionagem na Abin

Vereador é interrogado sobre postagem contra diretor da PF, um dia após operação que investiga esquema ilegal de espionagem

Por Plox

30/01/2024 15h34 - Atualizado há 9 meses

Na manhã desta terça-feira (30), o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), do Rio de Janeiro, prestou depoimento na Superintendência da Polícia Federal (PF) no Rio de Janeiro. A sua presença no local, que durou aproximadamente 45 minutos, teve como foco uma publicação feita por ele no X (antigo Twitter) em 27 de agosto do ano passado, considerada ofensiva ao diretor da Polícia Federal, Andrei Rodrigues. Carlos Bolsonaro chegou à superintendência às 10h, mas não abordou a recente operação de busca e apreensão em sua residência relacionada à investigação de espionagem ilegal na Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Foto: Divulgação/Câmara Municipal do Rio de Janeiro

Contexto da Operação da PF e a Postagem Questionada

A convocação para depoimento ocorreu um dia após a operação da PF que realizou buscas em três endereços ligados ao vereador. As ações fizeram parte de uma investigação sobre um esquema de espionagem ilegal na Abin e foram autorizadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Durante o depoimento, Carlos Bolsonaro explicou aos agentes sobre uma imagem que compartilhou em alusão ao seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), falecido. A publicação original, do perfil "Dama de Ferra", continha o comentário: “zero busca e apreensão, zero inquérito, zero perfis bloqueados, zero reportagem em repúdio, pessoas presas: zero”, seguido do título “tudo pela manutenção da democracia”. O vereador adicionou a legenda: "O seu guarda diretor aqui enxerga com outros olhos!". A postagem permanece disponível na rede social.

A Operação da PF Contra Carlos Bolsonaro e os Desdobramentos

A operação da PF contra Carlos Bolsonaro é um desdobramento da Vigilância Aproximada, iniciada na última quinta-feira, tendo como alvo principal o ex-diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem, agora deputado federal pelo PL do Rio. Esta ação surgiu da operação Última Milha, que revelou em outubro de 2023 o uso de um software de geolocalização para espionar autoridades e opositores do governo Bolsonaro. O esquema foi desmantelado em 2021. Foram executados nove mandados de busca e apreensão em diferentes localidades, como Rio de Janeiro, Angra dos Reis, Brasília, Formosa e Salvador. A Polícia Federal mencionou a existência de uma "organização criminosa" na Abin, com o objetivo de identificar o núcleo político envolvido. "Nesta nova etapa, a Polícia Federal busca avançar no núcleo político, identificando os principais destinatários e beneficiários das informações produzidas ilegalmente no âmbito da Abin, por meio de ações clandestinas", informou a PF em nota.

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