Lula expressa desconfiança na gestão da Abin e ressalta necessidade de investigação imparcial

Presidente cita insegurança com direção da Abin e enfatiza importância de averiguar alegações de má conduta na agência

Por Plox

30/01/2024 10h04 - Atualizado há 9 meses

O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em declarações recentes, expressou preocupação com a segurança interna da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Durante uma entrevista na terça-feira (30), Lula manifestou desconfiança em relação ao alto escalão da agência, especialmente sobre o diretor adjunto, Alessandro Moretti, envolvido em supostas irregularidades. Ele enfatizou que, se as acusações forem comprovadas, não será viável a permanência de Moretti no cargo.

Foto: Reprodução/Youtube 30.01.2024

A declaração do presidente surge no contexto da Operação Vigilância Aproximada, deflagrada pela Polícia Federal na quinta-feira (25), para investigar a chamada "Abin Paralela". Segundo a corporação, houve a instalação de uma organização criminosa no órgão de inteligência durante a gestão do ex-diretor-geral Alexandre Ramagem, agora deputado federal pelo PL-RJ.

“A gente nunca está seguro. O companheiro que eu indiquei para ser o diretor-geral da Abin [Luiz Fernando Corrêa] foi meu diretor-geral da PF entre 2007 e 2010. É uma pessoa que eu tenho muita confiança, e por isso chamei, já que eu não conhecia ninguém da Abin. E esse companheiro montou a equipe dele. Dentro da equipe dele tinha um cidadão, que é o que está sendo acusado, que mantinha relação com o Ramagem, que é o ex-presidente da Abin do governo passado. Inclusive, relação que permaneceu já durante o trabalho dele na Abin. Se isso for verdade e está sendo provado não há clima para esse cidadão continuar na polícia. Mas antes de você fazer simplesmente a condenação, é importante investigar corretamente”, ressaltou Lula, ao se referir ao papel de Moretti e sua relação com Ramagem.

Lula também abordou as alegações de que as investigações sobre a "Abin paralela" poderiam representar uma perseguição política contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele negou essas acusações, afirmando que o governo não exerce controle sobre a Polícia Federal ou a Justiça. O presidente mencionou ainda a busca e apreensão autorizada por um ministro do Supremo Tribunal Federal, relacionada à suspeita de uso indevido da Abin por pessoas ligadas à família Bolsonaro.

Em resposta às críticas de Bolsonaro, Lula declarou: “Acho que cidadão que está acusando ele foi presidente da República, ele lidou com a PF, ele tentou mandar na PF, ele trocava superintendente a bel-prazer sem nenhum respeito ao que pensava próprio diretor da PF, o ministro da Justiça”.

Estas declarações ressaltam a complexidade do cenário político atual e a necessidade de uma investigação cuidadosa e imparcial sobre as atividades internas da Abin.

 

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