Deputados da base de Lula assinam pedido de impeachment e número de apoios cresce
Documento já tem 117 assinaturas e aponta irregularidades no programa Pé-de-Meia
Por Plox
30/01/2025 11h45 - Atualizado há 9 dias
A crise política em torno do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ganhou um novo capítulo com a adesão de 36 deputados de partidos aliados ao pedido de impeachment protocolado pela oposição. O documento, que já conta com 117 assinaturas, deve ser oficialmente apresentado à Câmara na próxima semana.

Aliados de Lula entre os signatários
A adesão de parlamentares da base governista surpreendeu, especialmente por incluir deputados do MDB, União Brasil, PSD, Republicanos e PP. Essas legendas ocupam ministérios estratégicos, como Comunicações, Turismo, Desenvolvimento Regional, Minas e Energia, Agricultura, Pesca, Transportes, Cidades, Planejamento, Esporte e Portos e Aeroportos.
O pedido foi elaborado pelo deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS), que acusa o governo de violar normas fiscais ao lançar o programa social Pé-de-Meia sem previsão orçamentária.
Irregularidades no Pé-de-Meia e comparação com impeachment de Dilma
O Pé-de-Meia foi criado com o objetivo de oferecer auxílio financeiro a estudantes do ensino médio público. No entanto, parlamentares argumentam que o governo cometeu irregularidades ao implementar o programa sem autorização do Congresso.
A denúncia gerou comparações com as "pedaladas fiscais", prática que resultou no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff em 2016. A oposição sustenta que o governo Lula teria recorrido a manobras para esconder gastos e ultrapassar os limites fiscais estabelecidos.
TCU bloqueia recursos e pressiona governo
A polêmica se intensificou após o Tribunal de Contas da União (TCU) determinar o bloqueio de recursos do Pé-de-Meia. O órgão identificou que R$ 6 bilhões do Fundo de Garantia de Operações de Crédito Educativo (Fgeduc) foram transferidos para um fundo privado criado pelo governo, o Fipem, sem passar pelo Tesouro Nacional.
Deputados apontam que essa movimentação financeira ocorreu sem previsão no Orçamento, o que pode configurar irregularidade fiscal. A coleta de assinaturas cresceu significativamente depois da decisão do TCU, aumentando a pressão sobre o governo.