“Ele era meu único filho”: família organiza rifa para trazer cinzas de fotógrafo mineiro morto em Paris

Arrecadação busca cobrir custos da cremação e traslado, já que despesas não são cobertas pelo Itamaraty

Por Plox

30/01/2025 08h43 - Atualizado há 8 dias

A família do fotógrafo mineiro Flávio de Castro Sousa, encontrado morto no Rio Sena, em Paris, no início de janeiro, lançou uma rifa solidária para cobrir os custos da cremação e do traslado de suas cinzas para o Brasil. Até o momento, pouco mais de 30% do valor necessário foi arrecadado.

Foto: reprodução/tv globo

Bilhetes e sorteio

A rifa, criada no último sábado (25/1), oferece como prêmio uma bicicleta profissional da marca OGGI, aro 29, avaliada em R$ 8 mil. Os interessados podem participar comprando números por R$ 20 cada, via pix. O sorteio está previsto para o dia 25 de abril.

De acordo com Marta Maria de Castro, mãe de Flávio, até a tarde de quarta-feira (29/1), aproximadamente mil bilhetes já haviam sido vendidos. A meta da campanha é arrecadar R$ 60 mil com a venda de três mil números. No entanto, apesar do grande número de reservas, muitas pessoas ainda não finalizaram o pagamento.

“Ele era meu único filho”, lamenta mãe

A mãe do fotógrafo se mostrou profundamente abalada com a perda do filho e com as dificuldades para custear a despedida. “A família está totalmente abalada. Todo mundo muito triste. Ninguém esperava por esse desfecho. E eu como mãe pior ainda. Ele era meu único filho e eu nunca esperava. É uma coisa inexplicável. A despesa para trazer as cinzas parte da família, e eu tenho outros custos em casa e que resolver as coisas dele”, desabafou Marta.

Últimos momentos antes do desaparecimento

Flávio desembarcou em Paris no início de novembro para participar do casamento de uma amiga. Seu retorno ao Brasil estava marcado para o dia 26 de novembro. No entanto, ele decidiu prolongar sua estadia enquanto seu acompanhante, Lucien Esteban, voltou conforme o planejado.

Na noite anterior ao desaparecimento, Flávio se encontrou com Alex Gautier, um amigo francês que conheceu pelo Instagram, no bairro de Châtelet. Naquela madrugada, câmeras de segurança registraram imagens do fotógrafo caminhando sozinho e aparentando desorientação às margens do Rio Sena.

Relatos de amigos indicam que, na véspera de sua viagem de volta ao Brasil, Flávio caiu no Sena e foi hospitalizado por hipotermia. Após receber alta, ele renovou sua estadia por mais um dia, informou aos amigos que descansaria antes de sair para jantar e enviou sua última mensagem por volta das 19h30. A partir desse momento, não houve mais contato.

Na madrugada de 26 de novembro, entre 1h e 2h, câmeras registraram Flávio sentado próximo ao Sena. Minutos depois, quando a câmera voltou ao local, ele não estava mais lá. Seu corpo foi encontrado no rio 39 dias depois, em 4 de janeiro.

A família agora luta para trazer suas cinzas ao Brasil e apela à solidariedade para cobrir os custos.

Destaques