Alta dos juros gera críticas de Gleisi Hoffmann, mas evita ataques a presidente do BC indicado por Lula
Presidente do PT responsabiliza gestão anterior pelo aumento da Selic e diz que decisão já estava determinada
Por Plox
30/01/2025 08h34 - Atualizado há 15 dias
A presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, criticou duramente a elevação de 1 ponto percentual na taxa Selic, anunciada pelo Banco Central nesta quarta-feira (29). No entanto, ao contrário das críticas que antes direcionava ao ex-presidente do BC, Roberto Campos Neto, indicado por Jair Bolsonaro, a petista evitou ataques diretos ao novo presidente da instituição, Gabriel Galípolo, escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Decisão já estava definida desde dezembro
Segundo Gleisi, Galípolo não teve alternativa a não ser seguir com o aumento da taxa básica de juros, pois a medida já havia sido previamente determinada pela direção anterior da autarquia.
“O novo aumento da taxa básica de juros, já determinado desde dezembro pela direção anterior do Banco Central e anunciado hoje, é péssimo para o País e não encontra qualquer explicação nos fundamentos da economia real”, afirmou Gleisi, em publicação no X (antigo Twitter).
Ela ainda destacou que o novo chefe do BC enfrenta desafios para mudar as expectativas do mercado e a orientação da instituição que agora comanda.
Primeira decisão sob comando de Galípolo
O aumento da Selic, de 12,25% para 13,25%, foi decidido pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na primeira reunião liderada oficialmente por Gabriel Galípolo, que assumiu o cargo no dia 1º de janeiro. A decisão já era esperada desde dezembro, quando a autarquia ainda estava sob a gestão de Roberto Campos Neto.
Impactos negativos na economia
A presidente do PT alertou para os efeitos negativos da alta dos juros sobre a economia brasileira. Segundo ela, o aumento da Selic vai “tornar mais cara a conta da dívida pública, sufocar as famílias endividadas, restringir o acesso ao crédito e o crescimento da atividade econômica”.
Além disso, Gleisi argumentou que a elevação das expectativas de inflação, conforme apontado no relatório Focus, indica que os agentes do mercado não confiam na eficácia da política monetária contracionista para conter a alta do IPCA.