Veja os desdobramentos do retorno de Bolsonaro

Outro assunto abordado será o pedido de reforço na segurança feito pelo atual juiz da Lava-Jato

Por Plox

30/03/2023 17h37 - Atualizado há mais de 1 ano

A terceira e última edição do Politicando de hoje (30) irá abordar dois fatos de relevância na política nacional. O programa irá desdobrar o retorno do ex-presidente Jair Bolsonaro. O outro assunto abordado será o pedido de reforço na segurança feito pelo atual juiz da Lava-Jato.

 

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou à sede do Partido Liberal (PL) e fez um breve discurso para lideranças de partidos aliados. Na ocasião, ele anunciou seu objetivo de conquistar "60% das prefeituras pelo Brasil" nas eleições municipais de 2024. "O PL, o PP, juntamente com outros partidos, vamos colaborar para fazer 60% das prefeituras pelo Brasil", afirmou Bolsonaro.

 

O ex-presidente retornou com data de depoimento já marcada. Ele foi intimado pela Polícia Federal (PF) para prestar depoimento na próxima quarta-feira (5) , às 14h30. O inquérito investiga as joias trazidas ao Brasil e recebidas de presente do governo da Arábia Saudita, durante viagens oficiais no exterior. 

 

Além do ex-presidente, o tenente-coronel Mauro Cid, que era ajudante do antigo chefe do Executivo, também será ouvido pela PF na mesma data.

 

A investigação das joias foi aberta em julho de 2022 a partir de uma denúncia feita pelo Ministério Público Federal (MPF). O MPF questionou a legalidade do recebimento das joias, avaliadas em cerca de R$ 2 milhões, pelo ex-presidente e seus familiares.

 

Experiência nos EUA e ações positivas

 

Durante o discurso, Bolsonaro compartilhou sua experiência nos Estados Unidos, onde esteve durante três meses. Ele disse que pretende divulgar as ações positivas que viu no país e viajar pelo Brasil para reunir com aliados e apoiadores. "Eu estava em um estado republicano. É um sonho nosso seguir esse estado norte americano, seguir as coisas boas que têm lá. Lá é o estado brasileiro que deu certo, o que queremos implementar aqui. A liberdade de expressão, o direito à propriedade privada, o direito à legítima defesa, a questão da criminalidade", destacou Bolsonaro.

 

A transmissão do discurso foi feita ao vivo pelo canal do Youtube do Partido Liberal, mas ficou sem som. A imprensa não teve acesso ao local onde o ex-presidente se reuniu com parlamentares aliados, portanto, só foi possível acompanhar a fala de Bolsonaro pela transmissão feita por deputados e senadores.

 

"Conversei com muita gente lá fora, mais de 500 pessoas conversando conosco por dia. E digo a vocês que lá fora todos querem o melhor para nosso país", concluiu o ex-presidente.

 

Juiz da Lava Jato pede reforço na segurança após acusações de advogado

 

O atual juiz da Lava Jato, Eduardo Appio, solicitou reforço na segurança pessoal devido às ameaças e pressões que tem recebido após acusações feitas pelo advogado Rodrigo Tacla contra o ex-juiz e atual senador Sergio Moro e o ex-procurador e atual deputado federal Deltan Dallagnol. O pedido foi encaminhado na última quarta-feira (29) ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4).

 

De acordo com Appio, as ameaças são resultado do poder exercido por Moro e Dallagnol. O requerimento inclui o uso de um veículo blindado por um período de 60 dias. O TRF4 ainda não se manifestou sobre o pedido.

 

Na segunda-feira (27), durante audiência com Appio, Tacla Duran, réu por lavagem de dinheiro para a Odebrecht, citou o nome dos congressistas em supostos casos de extorsão e perseguição. O juiz determinou que o acompanhamento do processo fosse para o Supremo Tribunal Federal (STF) por se tratarem de um senador e um deputado federal.

 

Defesa de Moro pede afastamento de juiz

 

Na noite de terça-feira (28), a defesa de Sergio Moro protocolou um pedido de afastamento de Eduardo Appio de qualquer decisão em processos da Lava Jato até uma apuração de suspeição. A ação foi protocolada pelo Ministério Público Federal (MPF) no dia 15 de março deste ano, mas não teve movimentação processual.

 

Tacla Duran acusa Moro e Dallagnol

 

Durante a audiência, Tacla Duran afirmou que foi vítima de tentativa de extorsão por pessoas ligadas a Moro durante o processo e que Dallagnol o persegue na Espanha e em outros países. Na segunda-feira, os dois rebateram as denúncias. O senador afirmou que não teme qualquer investigação e que as acusações são falsas, enquanto o deputado afirmou que o caso é uma história falsa. O juiz Appio determinou que o caso fosse encaminhado ao STF e não se aprofundou nas questões levantadas pelo advogado sobre os parlamentares. A defesa de Moro recorreu à Justiça e pediu que o caso não seja encaminhado ao Supremo. O MPF pede que as acusações de Tacla Duran contra Moro sejam analisadas pela Justiça comum.


 

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