Ataque em escola de São Paulo: onde pode ter nascido comportamento homicida do adolescente?

A responsabilidade da família, escola e sociedade na formação de cidadãos

Por Plox

30/03/2023 16h26 - Atualizado há mais de 1 ano

O país ficou estarrecido com a notícia de que um aluno de 13 anos foi detido pela Polícia Militar após agredir quatro professores e dois estudantes em uma escola na zona sul de São Paulo. O incidente ocorreu na manhã de segunda-feira, 27, na Escola Estadual Thomazia Montoro, resultando na morte de uma professora de 71 anos. Segundo informações iniciais, o adolescente frequentava a escola desde 15 de março.

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Após o trágico evento, muitas discussões surgiram sobre o comportamento do jovem. A neuropsicóloga Roselene Espírito Santo Wagner também compartilhou sua opinião sobre o assunto.

Roselene ressalta que experiências vividas na infância nos acompanham por toda a vida. A adolescência é uma fase de transição repleta de emoções e transformações, gerando muitos conflitos internos. É comum que os adolescentes enfrentem dificuldades ao lidarem com suas emoções nesse período, o que é chamado de "síndrome da adolescência normal". No entanto, é preciso estar atento aos excessos.

A neuropsicóloga enfatiza a importância de estabelecer limites e regras, uma vez que todos os seres humanos precisam viver em sociedade e se adequar às normas estabelecidas. "A falta de responsabilidade e comprometimento com a educação, informação e formação de qualidade é um caso de saúde pública", afirma Roselene.

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Para ela, é fundamental que as crianças aprendam a lidar com frustrações, desenvolvendo resiliência e persistência. Roselene também destaca a necessidade de os adolescentes serem contidos para que respeitem as leis e normas sociais. Sobre o caso específico do aluno envolvido no ataque, a neuropsicóloga pondera que ainda pouco se sabe, mas é provável que haja um histórico de má conduta e desrespeito às regras.

Segundo Roselene, também conhecida como "Leninha", é crucial que todos os envolvidos na formação das crianças e adolescentes - família, escola, sociedade e saúde pública - estejam comprometidos em educar e formar cidadãos conscientes e responsáveis. Isso inclui estabelecer limites, promover o uso adequado das redes sociais e da tecnologia e dedicar tempo de qualidade à educação dos jovens.

A neuropsicóloga encerra suas reflexões abordando a importância de repensar a forma como a sociedade lida com a educação e o desenvolvimento emocional dos adolescentes. Estamos vivenciando uma era de evolução tecnológica acelerada, e não podemos ignorar os impactos que isso tem na formação das novas gerações. É fundamental promover o uso saudável e responsável das redes sociais e dos meios de comunicação, visando o bem-estar emocional e a construção de uma personalidade sólida.

Leninha ressalta que o adolescente envolvido no ataque à escola pode ser visto como um mensageiro, alertando para a necessidade de mudança no paradigma atual. A sociedade precisa repensar suas prioridades e garantir que todas as crianças recebam o cuidado, a atenção e a educação necessários para se tornarem adultos equilibrados e conscientes de seus papéis na comunidade.

"Não podemos mais ser omissos e preguiçosos com a formação de personalidade e caráter. A negligência nas demandas emocionais, físicas e mentais das crianças resulta em adolescentes e adultos adoecidos, que representam riscos à sociedade", conclui a neuropsicóloga.

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