Farmácia entrega colírio no lugar de remédio para bebê e criança vai parar na UTI

Uma falha grave cometida por uma farmácia de São Paulo resultou na internação de um bebê de apenas dois meses em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por três dias. O estabelecimento vendeu colírio de uso adulto no lugar do remédio prescrito para enjoo da criança.

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De acordo com o processo judicial, após a administração do medicamento errado, o bebê sofreu uma intoxicação severa, sendo imediatamente levado para o hospital, onde precisou ser internado. O caso foi julgado pela 33ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, que manteve a sentença anterior da 6ª Vara Cível do Foro Regional de Santo Amaro. A decisão determinou o pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 7 mil para cada um dos três autores da ação, totalizando R$ 21 mil.

A farmácia tentou justificar o erro afirmando que a receita médica estava ilegível e que os responsáveis pela criança deveriam ter lido a bula do medicamento. No entanto, a relatora do recurso, desembargadora Ana Lucia Romanhole Martucci, rebateu os argumentos, afirmando que, diante da dúvida, o atendente deveria ter consultado o farmacêutico responsável. Além disso, ela destacou que era evidente que se tratava de um medicamento para um bebê com sintomas de enjoo e vômito, o que não justificaria a entrega de um colírio de uso adulto.

A magistrada também frisou que não se pode transferir aos consumidores, especialmente pessoas leigas, a responsabilidade pela conferência do medicamento. Segundo ela, ao procurar uma drogaria de rede conhecida, os clientes esperam um atendimento profissional e qualificado. O julgamento teve votação unânime, com os desembargadores Carmen Lucia da Silva e Sá Duarte acompanhando o voto da relatora.