Moraes concede prisão domiciliar a condenado por 8 de janeiro com câncer
Jaime Junkes, que foi preso dentro do Planalto durante os ataques, cumprirá pena em casa por enfrentar câncer e problemas cardíacos
Por Plox
30/03/2025 08h39 - Atualizado há 2 dias
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu, na sexta-feira (28), pela concessão de prisão domiciliar a Jaime Junkes, condenado por envolvimento nos atos de 8 de janeiro de 2023, quando houve ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília.

A medida foi adotada após a defesa do paranaense argumentar que Junkes sofre de câncer de próstata, além de apresentar problemas cardíacos, o que exige cuidados médicos constantes. Segundo a advogada Mariana Moreno do Amaral, o regime domiciliar é mais adequado para a continuidade do tratamento do cliente.
Preso em flagrante dentro do Palácio do Planalto pela Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), no dia dos ataques, Jaime Junkes foi condenado a 14 anos de prisão. A sentença considerou sua participação nos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado e associação criminosa armada.
Na decisão, Moraes impôs uma série de medidas cautelares que Junkes deverá seguir enquanto cumpre pena em casa. Entre elas estão o uso obrigatório de tornozeleira eletrônica, proibição do uso de redes sociais, impedimento de comunicação com os demais envolvidos nos atos, além de estar proibido de conceder entrevistas à imprensa.
O condenado também não poderá receber visitas, exceto de seus advogados, filhos, netos, irmãos e outras pessoas que tenham autorização prévia do STF. Além disso, qualquer deslocamento por motivos médicos deverá ser autorizado previamente, com exceção de situações de urgência ou emergência — que deverão ser justificadas em até 48 horas após o atendimento.
A decisão de Moraes reforça o controle sobre os envolvidos nos ataques de 8 de janeiro, ao mesmo tempo em que atende às necessidades de saúde de Junkes, que passa a cumprir sua pena em regime domiciliar com rígidas restrições impostas pela Justiça.
O caso segue em acompanhamento pelas autoridades, dentro das ações judiciais decorrentes dos atos antidemocráticos ocorridos na capital federal.