PT muda estratégia e articula apoio ao PSD em Minas e no Rio

Sem nomes fortes no Sudeste, partido sinaliza aliança com Pacheco e Paes visando 2026

Por Plox

30/03/2025 08h24 - Atualizado há 2 dias

Diante da dificuldade de emplacar candidatos competitivos nos maiores estados do Sudeste, o PT prepara um reposicionamento estratégico que envolve uma guinada ao centro e articulações com o PSD, partido de perfil mais conservador.


Imagem Foto: Presidência


Em Minas Gerais, o presidente Lula tem incentivado o ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, a disputar o governo estadual com o apoio do PT. A legenda petista, que governou o estado entre 2015 e 2019 com Fernando Pimentel, atualmente não conta com nomes de grande viabilidade eleitoral. Entre os cotados internamente estão a prefeita de Contagem, Marília Campos, que não demonstra interesse na candidatura, a ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, e os deputados Reginaldo Lopes e Odair Cunha — todos sem tração suficiente até o momento.



No próprio PSD mineiro, o nome do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, também circula como possível plano B, embora ele prefira disputar o Senado e manifeste intenção de apoiar Pacheco. O senador, por sua vez, promete decidir até maio se entrará na disputa, condicionando sua escolha às pesquisas de intenção de voto. Entre os adversários já cotados no campo conservador estão o senador Cleitinho Azevedo e o ex-prefeito Alexandre Kalil, ambos do Republicanos.



No Rio de Janeiro, o cenário segue a mesma lógica. O prefeito da capital, Eduardo Paes (PSD), é considerado o favorito caso decida disputar o governo estadual, o que ainda não foi oficialmente confirmado. O PT trabalha para indicar o vice na chapa de Paes, e o nome ventilado é o de Fabiano Horta, ex-prefeito de Maricá, apoiado por Washington Quaquá, atual prefeito da cidade e vice-presidente nacional do partido. Já a deputada federal e ex-governadora Benedita da Silva, uma das figuras mais conhecidas do PT fluminense, deve concorrer ao Senado.


A esquerda, de modo geral, enfrenta dificuldades no Rio, onde o PDT historicamente ocupou mais espaço, com figuras como Leonel Brizola e Anthony Garotinho. Segundo o professor Fábio Py, do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj), a fragmentação e a falta de novas lideranças explicam o recuo da esquerda no estado.


Enquanto isso, em São Paulo, uma aliança com o PSD é vista como inviável. O partido de Gilberto Kassab integra o governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos), adversário direto do PT. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é o nome mais forte do partido, mas resiste a uma nova candidatura após a derrota em 2022. Com isso, o PT cogita apoiar o atual vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) caso ele se disponha a disputar o governo estadual — embora, por ora, a expectativa seja de que ele siga como vice na chapa de Lula rumo à reeleição.


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