Butanvac começará a ser produzida pelo Butantan

Essa poderá ser a primeira vacina fabricada no Brasil sem importação de matéria-prima

Por Plox

30/04/2021 20h02 - Atualizado há cerca de 4 anos

O Instituto Butantan anunciou que começou nessa quarta-feira (28) a produzir a sua própria vacina contra a covid-19, a Butanvac. O governo de São Paulo disse que a primeira etapa da produção será de 1 milhão de doses e que não dependerá de matéria-prima vinda de fora.

O Butantan protocolou, na sexta-feira (26), na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o pedido para realizar testes em seres humanos na fase 1 e 2 da vacina. Até agora, o imunizante foi testado somente em animais. Para avaliar a liberação do primeiro estudo com a vacina brasileira, a Anvisa pediu, nesta terça-feira (27), mais informações.

Butanvac começará a ser produzida pelo Butantan
Butanvac começará a ser produzida no Brasil Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

João Doria, governador de São Paulo, em coletiva de imprensa, afirmou que a produção da vacina no Brasil era não só significativa para ciência brasileira como também para mundial.

Ao declarar que o imunizante brasileiro começaria ser produzido, Doria disse que o Butantan tem a intenção de fabricar 18 milhões de doses da Butanvac até os primeiros quinze dias de junho. Ressalvou, entretanto, que a vacina só poderá ser aplicada se for aprovada pela Anvisa.

O prazo para o Butantan fornecer as informações à agência é de 120 dias.

Sobre a produção do imunizante, Doria afirmou na coletiva: "O Butantan, nesta primeira etapa, vai produzir 18 milhões da dose da vacina pronta para o uso já na primeira quinzena de junho, quando o processo de aprovação da Anvisa for concluído. Evidentemente vamos aguardar a aprovação da Anvisa, mas poderemos aplicar imediatamente a vacina Butanac em todo o Brasil".

O Instituto Butantan disse, em nota, que estará em contato com a Anvisa para trazer as explicações pedidas para que os estudos clínicos do imunizante brasileiro sejam prosseguidos.

O pedido de autorização do Butantan e o protocolo de estudo clínico chegaram a ser feitos, porém não foram liberados pela Anvisa. Segundo a agência reguladora, o impedimento se deu por eles não estarem completos.

O pedido de autorização corresponde às fases 1 e 2 dos testes da Butanvac e se testará a capacidade de desenvolver uma resposta imune em 1800  pessoas. Já a fase 3 contará com 9 mil voluntários e será avaliada a eficácia. A intenção é que o imunizante esteja pronto antes do final do ano.

Se for aprovada e comprovada a eficácia, a vacina será a primeira contra a covid-19 produzida em território brasileiro, sem que a matéria-prima venha de fora.

 

 

Destaques