Adolescente sofre amputações após choque elétrico em Santos, SP

Rafael Ferreira, um adolescente de 16 anos, residente de Bertioga, luta pela vida na Santa Casa de Santos após um trágico acidente elétrico. Enquanto ajudava seu pai em um trabalho de construção, Rafael encostou uma barra de ferro em um fio de alta tensão e sofreu graves queimaduras elétricas. Como resultado, teve dois braços, a perna direita e parte do pé esquerdo amputados. O incidente ocorreu há quase três meses, e ele permanece internado sem previsão de alta.

No dia do acidente, 2 de março, Rafael e seu pai, José Ferreira, estavam finalizando o revestimento de um muro em Santos. Sem perceber a proximidade da rede elétrica, Rafael, ao subir em um muro para desentupir um cano com a barra de ferro, acabou por encostá-la em um fio energizado. O impacto do choque elétrico o lançou para trás, mas seu pai conseguiu evitar que ele caísse ao solo. Em relato emocionado , José disse que, ao socorrer o filho, ouviu-o dizer: "pai, eu tô todo queimado".

Rafael foi prontamente atendido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levado à unidade de terapia intensiva da Santa Casa, onde ficou em coma por 22 dias. Apesar dos esforços para salvar seus membros, a equipe médica optou pelas amputações como a melhor solução para preservar sua vida.

Após as cirurgias, Rafael foi transferido para a enfermaria no início de abril. Seu pai descreveu-o como um "menino trabalhador" e "guerreiro", destacando sua disposição para ajudar e o impacto devastador das amputações. A família agora se empenha em uma campanha de arrecadação de fundos para adaptar sua casa em Bertioga, visando maior acessibilidade e conforto para o jovem. As adaptações incluem a ampliação do banheiro e do quarto de Rafael.

O Dr. Italo Abreu, cirurgião vascular, angiorradiologista e endovascular, explicou ao g1 que choques de alta voltagem podem causar extensos danos aos tecidos, levando a condições como a síndrome compartimental. Essa condição pode resultar em compressão de nervos e vasos, potencialmente levando à falta de sangue nos membros e até insuficiência renal. Segundo ele, as amputações podem ser necessárias para salvar vidas em tais circunstâncias.