Coronel Nunes recebeu R$ 3,5 milhões da CBF mesmo fora do cargo

Ex-presidente interino da entidade seguiu sendo remunerado após deixar funções formais em 2022

Por Plox

30/04/2025 07h35 - Atualizado há 9 dias

Antônio Carlos Nunes, conhecido como coronel Nunes, ex-presidente interino e ex-vice da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), teria recebido mais de R$ 3,5 milhões da entidade mesmo após sua saída oficial do cargo, em maio de 2022. A informação foi revelada pelo portal LeoDias nesta terça-feira (29).


Imagem Foto: CBF


Segundo documentos obtidos pela reportagem, os repasses feitos a Nunes entre 2022 e 2024 somaram exatos R$ 3.567.720,91. Boa parte desse valor foi paga após seu desligamento formal da confederação. Até o final de 2023, o ex-dirigente ainda recebia mensalmente R$ 100 mil, embora já não ocupasse cargo oficial. A partir de 2024, os registros não detalham como os valores restantes foram transferidos.


Mesmo afastado das funções, o nome de Nunes continuava vinculado aos registros da CBF como vice-presidente. Fontes próximas à administração da entidade indicam que os pagamentos eram feitos para contas jurídicas associadas a ele.



Nunes também teve papel importante ao assinar, junto a outros quatro dirigentes, o acordo homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que garantiu a permanência de Ednaldo Rodrigues na presidência da CBF, facilitando sua reeleição em março deste ano.


Enquanto isso, no âmbito judicial, Nunes apresentou um laudo médico em um processo relacionado à pensão que recebe como ex-policial militar. O documento, datado de 2023, apontava dificuldades cognitivas, como episódios de tontura e ataxia, além de sinais de deterioração neurológica. O laudo foi elaborado pelo neurologista Jorge Roberto Pagura.



Atualmente, coronel Nunes vive recluso em sua residência no estado do Pará. Pessoas próximas relatam que ele não exerce mais atividades profissionais e depende da ajuda da esposa e da filha para se comunicar. A reportagem do portal LeoDias tentou contato com o ex-dirigente, mas não obteve resposta.



As revelações alimentam questionamentos sobre os critérios e a transparência na condução financeira da CBF, além de lançar novas dúvidas sobre o acordo firmado no STF envolvendo a cúpula da entidade.


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