Lula participa de cerimônia em SC ao lado de Wesley Batista, da JBS

Presidente esteve em Itajaí para marcar retomada das operações do porto, agora sob gestão federal e operado pela JBS Terminais

Por Plox

30/05/2025 07h44 - Atualizado há 4 dias

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou nesta quinta-feira (29) de uma cerimônia que marcou a retomada das operações do Porto de Itajaí, no litoral de Santa Catarina. O evento contou com a presença de Wesley Batista, empresário à frente da JBS, cuja subsidiária, JBS Terminais, assumiu temporariamente a operação do porto por meio de um contrato de concessão.


Imagem Foto: Youtube Canal Gov


Durante o discurso, Batista comentou que, em dois ou três meses, o porto deverá atingir sua capacidade máxima de operação. O local, que antes era administrado pelo município, teve suas atividades praticamente interrompidas no final de 2022. A partir de janeiro de 2025, o governo federal assumiu o controle da gestão, gerando reações por parte do governador Jorginho Mello e do prefeito Robinson Coelho, ambos do PL. A Justiça inicialmente suspendeu o processo de federalização, mas posteriormente autorizou a mudança.



O evento também foi palco de um anúncio do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho. Ele revelou que será encaminhada uma Medida Provisória para a criação de uma Companhia Docas própria, que permitirá transformar o Porto de Itajaí em um porto federal independente.


O governo federal também confirmou um pacote de investimentos de R$ 844 milhões destinados à modernização e ampliação da capacidade do porto, incluindo R$ 90 milhões voltados especificamente para a dragagem do canal do rio Itajaí-Açu.



Os irmãos Wesley e Joesley Batista, ligados à JBS, têm voltado a frequentar o ambiente político em Brasília no terceiro mandato de Lula. Em 2024, participaram de agendas no Palácio do Planalto e marcaram presença em um evento em Campo Grande ao lado do presidente.


O histórico dos irmãos inclui a delação premiada de Joesley Batista no âmbito da Operação Lava Jato, após gravações envolvendo o ex-presidente Michel Temer, em 2017. Eles também foram investigados por suspeitas de favorecimento na obtenção de recursos do BNDES e chegaram a se afastar da JBS. Em 2023, o ministro do STF, Dias Toffoli, suspendeu os efeitos do acordo de leniência firmado pela holding J&F com o Ministério Público Federal, alegando coação de procuradores da Lava Jato. Os irmãos retornaram ao conselho da JBS no ano seguinte.


Em 2007, a JBS se consolidou como a maior produtora de carne do mundo após a compra da americana Swift, operação viabilizada com apoio do BNDES.


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