Número de pessoas que usam lenha para cozinhar aumentou de 2016 para 2018

Em 2016 eram 11 milhões, já em 2018, o número alcançou 14 milhões de brasileiros

Por Plox

30/06/2019 22h48 - Atualizado há quase 5 anos

Um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgado em maio deste ano apontou que milhões de pessoas no país usam carvão ou lenha para preparar sua alimentação. Segundo os dados, houve um aumento de três milhões de brasileiros que recorreram ao material para cozinhar em 2018, quando 14 milhões usavam a lenha em suas casas. Já em 2016, eram 11 milhões. 

(foto: José Cruz/Agência Brasil)

O levantamento mostra que nas regiões mais pobres a lenha é mais usada- Foto: José Cruz/Agência Brasil


Com esse crescimento, a saúde e o meio ambiente no Brasil serão impactados negativamente, conforme explica a professora Adriana Gioda, do Departamento de Química do Centro Técnico Científico da PUC–Rio, que publicou um estudo Biomass and Bioenergy, com base em dados do IBGE e da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

Segundo a pesquisa, em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul, as lenhas são de melhor qualidade e na maioria das vezes, são compradas e não recolhidas de florestas. Conforme a pesquisadora, estes estados usam a lenha, “mas têm fogões, lareiras e churrasqueiras de boa qualidade. Sem contar que a lenha é comercializada nessas regiões”. Ela ressaltou: “Isso é muito visto [uso da lenha], principalmente nas regiões mais pobres. No Nordeste, o aumento do uso de lenha é muito maior do que nas outras regiões”. 

O artigo mostrou que as partículas no ar, tanto dentro das casas como na natureza, propiciam problemas no trato respiratório, como bronquite e asma, além de as partículas entrarem “na corrente sanguínea, entrando no cérebro e afetando vários órgãos do corpo”. De acordo com Adriana, o aumento do uso de lenha e carvão se deve ao aumento do valor do botijão de gás (GLP) e também ao desemprego. A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustiveis (ANP), mostrou uma queda diminuição de 1% no uso do gás, de 2017 para 2018, ou seja, foram 13,2 bilhões de litros usados a menos no país. 

Quando o valor do gás nas refinarias atingiu em dezembro o valor mais alto, de R$ 24,38, o aumento numa comparação com o mês de julho do mesmo ano foi de 37%, conforme o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Atualizada às 8h58

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