Falta de radares em Ipatinga: risco ou melhoria?

O Plox entrevistou usuários da via e as opiniões se divergem

Por Alexsander Brandão

30/06/2021 20h10 - Atualizado há mais de 3 anos

No início de maio de 2020, os radares no perímetro urbano da rodovia BR-381, em Ipatinga, Minas Gerais, começaram a ser desinstalados. Mais de 10 equipamentos de controle de velocidade foram desligados ou retirados. 

Para alguns, o fato de não ter o radar é visto com bons olhos, pois gera uma circulação melhor do trânsito. “Em Ipatinga, tinha um excesso de radares, realmente acredito que eles são necessários em determinados pontos, mas no município tinha demais, às vezes um muito próximo do outro, como na entrada do bairro Horto, para quem vinha de Coronel Fabriciano”, disse Carlos Roberto, morador de Ipatinga, que passa pela rodovia diariamente para ir trabalhar.

Já outros motoristas que circulam pela via e até pedestres que precisam atravessá-la reclamam da falta dos radares, como é o caso da vendedora Andréa Ribeiro. “Todos os dias eu tenho que atravessar a BR, porque o ônibus para no ponto sentido o Centro de Ipatinga, e para eu ir para meu serviço, no bairro Horto, preciso correr esse risco. Antigamente, com o radar, ajudava porque lá em cima os veículos tinham que diminuir a velocidade, aí dava tempo. Já que tiraram o radar, que pelo menos coloquem uma passarela. Também têm que pensar nos pedestres”, contesta Andréa.

Questionado sobre a retirada dos radares em Ipatinga, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) informou por meio de nota que está cumprindo um acordo judicial.

Mais de 10 radares foram retirados do trecho urbano da BR-381, em Ipatinga/Foto: Alex Brandão

 

Confira a nota na íntegra:

O DNIT está cumprindo o acordo judicial homologado em julho de 2019 pela Justiça Federal para a instalação de 1.140 radares eletrônicos em todo o território nacional, visando o controle de velocidade em faixas de tráfego com criticidade 'média', 'alta' e 'muito alta'.

Os equipamentos são instalados após a aprovação dos projetos pelo DNIT e, depois da instalação, passam por aferição do Inmetro. Somente após essas etapas, iniciam a operação, efetivamente.

É possível conferir quais equipamentos controladores de velocidade estão em operação no seu estado pelo link: https://servicos.dnit.gov.br/multas/informacoes/equipamentos-fiscalizacao.
Se o equipamento estiver assinalado no mapa e na tabela abaixo dele, significa que está em operação e vai registrar os veículos que passarem acima do limite de velocidade permitido para o local.

 

De acordo com o site do Dnit, existem somente dois equipamentos em funcionamento, sob controle do departamento, na região do Vale do Aço. Um redutor eletrônico de velocidade que está localizado no Km 278 da BR-381, em Jaguaraçu, com velocidade máxima de 80Km/h e um controlador eletrônico de velocidade que está no Km 125 da rodovia BR-458, em Ipaba, com limite de velocidade no trecho de 50Km/h.

Em Santana do Paraíso dois radares, com velocidade máxima permitida de até 40Km/h estão em funcionamento. Eles estão localizados nos quilômetros 17,7 e 17,9 da rodovia MG-232. No entanto, estes radares fixos estão sob responsabilidade do Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG).

A empresária Carla Silva também é a favor do retorno do funcionamento dos radares e acredita que eles educam os motoristas e evitam acidentes. “O fluxo de veículos na 381 dentro de Ipatinga é muito grande, junta os carros e caminhões que estão em viagem, de passagem pela cidade com os automóveis dos moradores local. Por muitas das vezes vemos carros em alta velocidade, ultrapassagens sendo feitas de maneira perigosa. Obrigar o motorista reduzir a velocidade, ajuda a prevenir acidente e até faz o condutor pensar sobre sua segurança”, afirma.

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