Desemprego no Brasil atinge menor índice para maio desde 2015
Setores da economia apresentam contrastes na geração de empregos
Por Plox
30/06/2023 10h47 - Atualizado há mais de 1 ano
Na manhã desta sexta-feira, 30 de junho de 2023, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) que mostram um recuo na taxa de desocupação. O trimestre de março a maio de 2023 registrou uma taxa de 8,3%, diminuindo 0,3 ponto percentual em relação ao trimestre anterior (dezembro de 2022 a fevereiro de 2023). Comparado ao mesmo período em 2022, a taxa teve uma redução de 1,5 ponto percentual.
Essa taxa de desocupação de 8,3% é a menor para um trimestre encerrado em maio desde 2015, que também registrou o mesmo índice. Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílio, explicou que “esse recuo no trimestre foi mais influenciado pela queda do número de pessoas procurando trabalho do que por aumento expressivo de trabalhadores. Foi a menor pressão no mercado de trabalho que provocou a redução na taxa de desocupação”.
Setores da economia apresentam contrastes na geração de empregos
Os números também apresentaram informações sobre a população desocupada e ocupada. A população desocupada atingiu 8,9 milhões de pessoas, o que representa uma queda de 3% em relação ao trimestre anterior e de 15,9% em comparação com o mesmo período em 2022. Já a população ocupada somou 98,4 milhões de pessoas, número que se manteve estável na comparação trimestral e apresentou crescimento de 0,9% em relação ao ano anterior.
Adriana Beringuy destacou que, embora não tenha havido uma expansão significativa da população ocupada no trimestre, ocorreram diferenças pontuais em algumas atividades econômicas. Entre os setores que apresentaram variações, a agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura tiveram redução de 1,9% no número de trabalhadores, o que corresponde a menos 158 mil pessoas. Em contrapartida, o segmento de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais teve um crescimento de 2,5%, ou seja, mais 429 mil pessoas.
“No caso do grupamento de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, o crescimento foi impulsionado pelo segmento de educação e por meio da inserção de empregados sem carteira de trabalho assinada”, complementou a coordenadora.
Além disso, o IBGE indicou tendências em diferentes setores no decorrer do último ano. Entre as áreas que tiveram crescimento destacam-se o setor de transporte, armazenagem e correio, com um aumento de 4,2% ou 216 mil pessoas; informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas, com um incremento de 3,8% ou 440 mil pessoas; e administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, com um crescimento de 4,5% ou 764 mil pessoas.
Em contraste, os setores de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura sofreram uma redução de 6,2%, equivalente a menos 542 mil pessoas, e o setor de construção também diminuiu, em 3,7% ou menos 274 mil pessoas.
Os dados divulgados pelo IBGE através da Pnad Contínua oferecem uma visão sobre o mercado de trabalho brasileiro e suas flutuações no primeiro semestre de 2023. A queda na taxa de desocupação é um indicativo significativo, e os números evidenciam os contrastes entre os diferentes setores da economia na geração de empregos.