Bolsonaro propõe mudança no país com maioria no Congresso

Durante a tarde de domingo, 29 de junho de 2025, a Avenida Paulista foi palco de uma manifestação liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Sob o lema 'Justiça Já', o evento reuniu apoiadores que ouviram o ex-mandatário defender a anistia para os condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023 e solicitar apoio para eleger uma maioria no Congresso nas próximas eleições.

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Bolsonaro, inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral, afirmou que, mesmo sem ocupar a presidência novamente, poderia influenciar significativamente o destino do país se seus aliados conquistassem 50% das cadeiras na Câmara dos Deputados e no Senado. Ele destacou que essa maioria permitiria a eleição dos presidentes das duas Casas, o controle das principais comissões e a indicação de nomes para agências reguladoras e para o Banco Central.

O ex-presidente enfatizou que seu objetivo não é perseguir adversários ou buscar revanchismo, mas sim trabalhar pelo futuro do Brasil. Ele mencionou que, como presidente de honra do Partido Liberal, poderia contribuir para essas mudanças sem necessariamente ocupar um cargo eletivo.

Durante o ato, Bolsonaro também defendeu a anistia para os envolvidos nos eventos de 8 de janeiro, classificando-a como um 'remédio previsto na Constituição' e um 'gesto de altruísmo'. Ele citou o caso de Débora dos Santos, condenada após escrever 'perdeu, mané' na estátua da Justiça, como exemplo de injustiça.

O evento contou com a presença de parlamentares, ex-ministros e governadores aliados, incluindo Tarcísio de Freitas, de São Paulo, que é considerado um dos principais nomes para disputar a presidência em 2026. Outros governadores presentes foram Romeu Zema (Minas Gerais), Cláudio Castro (Rio de Janeiro) e Jorginho Mello (Santa Catarina).

Apesar da mobilização, o ato registrou o menor número de participantes desde que Bolsonaro deixou a presidência, com cerca de 12,4 mil pessoas, segundo levantamento do Monitor do Debate Público do Meio Digital da Universidade de São Paulo.

Em seu discurso, Bolsonaro também abordou sua trajetória política, elogiando o trabalho de seu filho Carlos Bolsonaro, a quem atribuiu o sucesso de sua campanha presidencial. Ele reiterou que não houve tentativa de golpe em 2023, argumentando que não havia armas, apoio institucional ou uso das Forças Armadas.

Ao final, o ex-presidente reforçou seu compromisso com o país e pediu que os Três Poderes trabalhem pela pacificação do Brasil, colocando em liberdade os 'inocentes do 8 de Janeiro' e garantindo que aqueles que cometeram infrações sejam responsabilizados de forma justa.

'Se vocês me derem, por ocasião das eleições do ano que vem, 50% da Câmara e 50% do Senado, eu mudo o destino do Brasil'