Europa enfrenta caos e fecha escolas por calor extremo

Uma nova e intensa onda de calor voltou a atingir o continente europeu nesta segunda-feira (30), com registros de temperaturas acima dos 40 °C em diversas localidades.

No fim de semana, os termômetros chegaram a marcar 44 °C em países como Itália, Portugal, França e Espanha. Granada, no sul da Espanha, foi palco de um novo recorde histórico: 46 °C, superando os 45,2 °C registrados em Sevilha em 1965.

A situação se agravou ainda mais na França, onde 84 das 95 regiões entraram em alerta laranja. A ministra da Transição Ecológica do país, Agnès Pannier-Runacher, descreveu a situação como sem precedentes:

\"Nunca vimos isso antes\"

. A recomendação das autoridades inclui que empresas adotem medidas para proteger seus funcionários durante o expediente.

As altas temperaturas impactaram diretamente o funcionamento de serviços públicos. Cerca de 200 escolas públicas francesas tiveram que fechar total ou parcialmente até quarta-feira (2), como forma de preservar a saúde dos estudantes e professores.

A Itália também está em estado de atenção, com 21 cidades em alerta máximo. O vice-presidente da Sociedade Italiana de Medicina de Emergência, Mario Guarino, afirmou que os atendimentos por insolação cresceram 10%, com destaque para as cidades com maior umidade. Os mais afetados têm sido idosos, pacientes oncológicos e pessoas em situação de rua, que enfrentam casos graves de desidratação, insolação e exaustão.

Apesar de estar no verão, moradores têm estranhado a intensidade e a frequência dos episódios de calor. O fotógrafo Diego Radamés, residente em Madri, comentou:

\"Esse calor não é normal para esta época do ano\"

.

Especialistas alertam que eventos como esse são consequência direta das mudanças climáticas. De acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima da ONU (IPCC), ondas de calor tendem a se tornar mais frequentes, mais longas e ainda mais intensas nos próximos anos.