Professores de BH sofrem cortes de até 22% nos salários após greve

Desconto atinge educadores que paralisaram atividades por reajuste; prefeitura justifica medida com decisão do STF

Por Plox

30/06/2025 14h56 - Atualizado há 3 dias

Os professores da rede municipal de Belo Horizonte que participaram da greve iniciada em 6 de junho enfrentaram cortes expressivos nos salários do mês. A prefeitura, sob comando do prefeito Álvaro Damião (União Brasil), aplicou descontos que chegaram a 22% em alguns contracheques, cumprindo a promessa feita na última sexta-feira (27).


Imagem Foto: Reprodução de vídeo


A paralisação ocorreu em meio a um impasse sobre reajuste salarial, com a categoria exigindo 6,27% de aumento, enquanto a administração oferecia apenas 2,49%. Com o não cumprimento da jornada nesses dias, os contracheques, disponibilizados nesta segunda-feira (30), já vieram com os descontos.


A Procuradoria-Geral do Município (PGM) explicou que a medida está amparada em nota técnica baseada em decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de 2017, que reconhece o direito da administração pública de descontar dias parados por greve, por configurar suspensão do vínculo de trabalho.



Entre os servidores afetados, a professora Ana Paula da Silva Pena relatou ter perdido mais de R$ 1.000 em seu salário, equivalente a 22% de desconto por cinco dias de paralisação. Outros professores também se disseram surpresos com os cortes. “Vamos ter que pegar empréstimo para arcar com as contas”, comentou uma servidora que preferiu não se identificar.


Em ato na porta da prefeitura, os educadores protestaram contra os descontos, apontando uma média de 20% de corte entre os grevistas. A professora Alice Biondi, de 25 anos, afirmou que a categoria sempre se compromete com a reposição das aulas e considerou a medida da prefeitura imprudente.



Apesar do cenário, a PGM deixou aberta a possibilidade de reversão dos descontos mediante acordo de compensação dos dias parados. O advogado trabalhista Marcelo Baltar Bastos ressaltou que, embora o desconto possa ocorrer mesmo em greves legais, é recomendável buscar negociação para reposição, especialmente se o movimento não for considerado abusivo.


A prefeitura afirmou estar aberta ao diálogo com os profissionais da educação para tentar uma solução conjunta.


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