Queimadas recordes expõem fragilidade ambiental sob governo Lula

Brasil teve 30 milhões de hectares consumidos pelo fogo em 2024, com destaque para Amazônia e Cerrado

Por Plox

30/06/2025 08h30 - Atualizado há cerca de 21 horas

Em 2024, o Brasil enfrentou uma devastação sem precedentes causada por incêndios florestais, atingindo a marca de 30 milhões de hectares queimados em todo o território nacional. Os dados, divulgados no Relatório Anual do Fogo (RAF) do MapBiomas, revelam um cenário alarmante que contradiz as promessas ambientais do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


Imagem Foto: Agência Brasil


A Amazônia liderou os registros de queimadas, com 15,6 milhões de hectares afetados, o maior volume desde o início da série histórica em 1985. O número representa um aumento de 117% em relação à média das últimas décadas, fazendo do bioma amazônico o mais impactado do país. Em um ano estratégico para a imagem internacional do Brasil, que sediará a COP30 em Belém, esse dado lança dúvidas sobre a eficácia da política ambiental federal.



Pela primeira vez em quase 40 anos, a vegetação florestal da Amazônia ultrapassou as áreas de pastagens no ranking de ecossistemas mais atingidos pelo fogo. Foram 6,7 milhões de hectares de floresta destruídos, superando os 5,2 milhões de hectares queimados em pastagens destinadas à pecuária. Desde 1985, cerca de 206 milhões de hectares foram atingidos por incêndios em todo o país.


O relatório ainda destaca que quase 25% da área total do Brasil já foi afetada por queimadas pelo menos uma vez desde 1985 — uma extensão que equivale à soma dos estados do Pará e do Mato Grosso. Além disso, 43% das áreas incendiadas nas últimas quatro décadas foram atingidas pela última vez apenas nos últimos dez anos, apontando para uma tendência de intensificação dos incêndios mais recentes.



No Cerrado, o cenário também é preocupante: 10,6 milhões de hectares foram consumidos pelas chamas em 2024, representando 35% do total nacional. Esse número ultrapassa em 10% a média anual das últimas décadas e revela que os focos de incêndio na região se multiplicaram 16 vezes ao longo dos últimos 40 anos.


Os estados de Mato Grosso, Pará e Maranhão concentraram juntos quase metade de toda a área queimada no país desde 1985, somando 47% da devastação. Esses três estados continuam sendo os mais afetados, demonstrando a persistência do problema nessas regiões.



Outros biomas também foram severamente impactados. A Mata Atlântica teve sua maior área queimada desde o início dos registros, com 1,2 milhão de hectares — um aumento de 261% em relação à média histórica. Já o Pantanal enfrentou um crescimento de 157% nas áreas queimadas, especialmente em torno do Rio Paraguai, que sofre com secas prolongadas desde a última cheia significativa, ocorrida em 2018.


Por outro lado, a Caatinga e o Pampa registraram redução nos focos de incêndio em 2024, algo atribuído às chuvas provocadas pelo fenômeno El Niño. No entanto, os especialistas alertam que essa melhora é pontual e não indica uma recuperação ambiental duradoura.



'A vegetação florestal da Amazônia foi mais atingida que as pastagens pela primeira vez em quase quatro décadas'

, alerta o relatório do MapBiomas, sinalizando um agravamento inédito na crise ambiental brasileira.
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