Revista britânica aponta queda de influência de Lula no exterior e perda de popularidade no Brasil

A revista britânica The Economist publicou uma análise crítica sobre a atuação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, destacando uma crescente perda de influência internacional e uma queda significativa na popularidade interna.

Foto: Agência Brasil

Segundo a publicação, Lula tem adotado uma postura cada vez mais distante do Ocidente, aproximando-se de países como China e Irã. Essa mudança de alinhamento é vista como uma política externa incoerente, que afasta o Brasil das democracias ocidentais e pode comprometer sua posição global.

A revista cita a condenação veemente do governo brasileiro aos ataques dos Estados Unidos a complexos nucleares iranianos, durante o conflito no Oriente Médio. Enquanto outras democracias expressaram apoio ou preocupação, o Brasil criticou a ação norte-americana, alegando que ela colocava em risco a vida de civis e violava a soberania do Irã.

Além disso, a participação do Brasil na próxima Cúpula dos BRICS, marcada para a próxima semana no Rio de Janeiro, é apontada como um fator que pode intensificar essa aproximação com regimes autoritários. O Irã, que passou a integrar o grupo em 2024, estará presente no evento, fortalecendo os laços entre os dois países.

A revista também observa que Lula não fez esforços significativos para estreitar relações com os Estados Unidos desde a posse de Donald Trump. Não há registros de encontros entre os dois líderes, tornando o Brasil a maior economia cujo presidente ainda não teve uma reunião com o presidente norte-americano. Em contrapartida, Lula tem buscado fortalecer os laços comerciais com a China.

No cenário interno, The Economist destaca que a popularidade de Lula atingiu o nível mais baixo de seus três mandatos. A desaprovação ao governo supera a aprovação, refletindo insatisfação com medidas econômicas e políticas adotadas recentemente.

A publicação finaliza sugerindo que Lula deveria concentrar seus esforços em questões mais próximas e relevantes para o Brasil, ao invés de buscar protagonismo em assuntos internacionais onde o país tem pouca influência.

\"O papel do Brasil no centro de um BRICS expandido e dominado por um regime mais autoritário faz parte da política externa cada vez mais incoerente de Lula\"