Código malicioso vinculado à China inquieta autoridades americanas: "Bomba-relógio" digital

Uma fonte parlamentar referiu-se a esta descoberta como "uma bomba-relógio"

Por Plox

30/07/2023 06h55 - Atualizado há quase 2 anos

No coração das redes que administram a infraestrutura crítica dos Estados Unidos, há uma ameaça latente. Um código de informática malicioso foi detectado e, segundo informações do governo americano, tem sua origem na China. O renomado periódico The New York Times reportou a descoberta dessa ameaça, que é vista por especialistas e agentes americanos como algo muito mais alarmante do que as avaliações iniciais indicavam. Uma fonte parlamentar referiu-se a esta descoberta como "uma bomba-relógio".

Embora não tenha sido encontrado em sistemas de informática classificados, o código, quando ativado, tem o potencial de interromper sistemas vitais, como os de eletricidade, água potável e comunicação. Tal interrupção pode impactar direta e severamente as bases militares dos EUA, causando obstáculos à movimentação de tropas.

 

Foto: Geralt/Pixabay/Repodução

Contexto geopolítico: a tecnologia como campo de batalha

A capacidade deste código de ser ativado é um ponto crucial para o governo de Joe Biden. Há preocupações tangíveis de que Pequim possa utilizar esse mecanismo em situações de conflito armado, sendo um enfrentamento envolvendo Taiwan um cenário possível.

Essa não é a primeira vez que a China aparece nas discussões relacionadas à cibersegurança. Em maio, agências de segurança cibernética americanas, junto de seus aliados, já haviam apontado a presença de um "ator cibernético", com vínculos com a China, que havia infiltrado a infraestrutura crítica dos EUA. Pequim, por sua vez, refutou tais acusações. Vale ressaltar que a gigante de tecnologia, Microsoft, indicou que o grupo responsável pelo código malicioso, nomeado Volt Typhoon, já atuava desde meados de 2021. Dentre os alvos desse grupo, destaca-se a infraestrutura da ilha de Guam, que sedia uma importante base militar americana no Oceano Pacífico.

Ainda, o envolvimento de grupos chineses em atividades cibernéticas suspeitas não se limita aos EUA. Uma filial do Google reportou recentemente que hackers, ligados ao governo chinês, estavam por trás de uma extensa campanha de espionagem. Os alvos escolhidos estavam estrategicamente alinhados com os interesses da China na região Ásia-Pacífico, incluindo, mas não se limitando a, Taiwan, conforme informou um especialista em segurança cibernética do Google.

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