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Reeleição de Maduro na Venezuela resulta em um morto e quase 50 presos durante protestos

Uma pessoa morreu e 46 foram detidas durante manifestações contra a reeleição do presidente Nicolás Maduro, enquanto a oposição alega fraude eleitoral e apela por transparência na contagem dos votos.

30/07/2024 às 10:46 por Redação Plox

A reeleição do presidente Nicolás Maduro na Venezuela, ocorrida no último domingo, desencadeou uma onda de protestos por todo o país. A primeira morte foi registrada no estado de Yaracuy, conforme informado pela ONG Foro Penal, que atua na defesa de presos políticos. Alfredo Romero, diretor da organização, também relatou que 46 pessoas foram detidas durante as manifestações.

Foto; Reprodução de vídeo

Manifestantes clamam por mudança

Nas ruas da gigantesca favela de Petare, em Caracas, milhares de manifestantes gritavam: "E vai cair, e vai cair, este governo vai cair!" e "Entregue o poder já!". Protestos similares foram observados em várias regiões da capital, muitas delas extremamente pobres, onde a Guarda Nacional militarizada interveio utilizando gás lacrimogêneo e balas de borracha. Tiros também foram ouvidos em alguns bairros.

Foto; Reprodução de vídeo

Oposição denuncia fraude eleitoral

A oposição, liderada por María Corina Machado, afirma ter evidências de fraude e sustenta que o verdadeiro vencedor das eleições foi Edmundo González Uruttia. Machado declarou ter acesso a cópias de 73% das atas da apuração, projetando uma vitória da oposição com 6,27 milhões de votos, contra 2,75 milhões para Maduro. "A diferença foi tão grande, acachapante em todos os estados da Venezuela, em todos os setores, vencemos", afirmou.

Apelo internacional por transparência

Os Estados Unidos, Brasil e Colômbia, países que mais receberam migrantes venezuelanos, questionaram o processo de apuração que concedeu a Maduro 51% dos votos contra 44% de González. A Organização dos Estados Americanos (OEA) convocou uma reunião extraordinária, atendendo ao pedido de nove países, para exigir uma "revisão completa dos resultados". Em resposta, a Venezuela expulsou diplomatas de sete países, alegando "ações intervencionistas".

Ações de represália

O Ministério das Relações Exteriores da Venezuela anunciou a suspensão dos voos para o Panamá e a República Dominicana a partir de quarta-feira, como forma de retaliação às posturas de seus governos. Estes países desempenham papéis cruciais na conectividade aérea com a Venezuela.

Apoio internacional a Maduro

Enquanto isso, China, Rússia, Cuba, Nicarágua, Honduras e Bolívia congratularam Maduro por sua reeleição. O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, também afirmou que reconhecerá o resultado divulgado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

Repressão interna

O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, declarou que "punirá com a pena máxima aqueles que pretendam reeditar os impunes e assassinos" protestos dos últimos anos. A maioria das pesquisas apontava uma vantagem para a oposição, que se absteve das eleições de 2018 e vinha capitalizando o descontentamento popular frente à crise econômica que reduziu o PIB em 80% e levou cerca de sete milhões de venezuelanos ao exílio.

Convocação para novas mobilizações

O chavismo convocou uma grande marcha para o palácio presidencial de Miraflores, prevista para terça-feira, com o objetivo de "defender a paz". Em contraste, María Corina Machado e Edmundo González chamaram a população para "assembleias cidadãs" em diversas cidades, enfatizando a necessidade de calma e serenidade para alcançar seus objetivos.

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