CBF entra na mira da PF em operação sobre compra de votos em Roraima

Presidente da entidade, deputada e empresário são investigados; Justiça bloqueia R$ 10 milhões

Por Plox

30/07/2025 11h33 - Atualizado há 5 dias

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira (30), a Operação Caixa Preta, que teve como alvo o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Samir Xaud, a deputada federal Helena da Asatur (MDB-RR) e o empresário Renildo Lima, marido da parlamentar. A ação busca apurar suspeitas de compra de votos nas eleições municipais de 2024, em Roraima.


Imagem Foto: Rafael Ribeiro/CBF


Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em residências dos investigados e na sede da CBF, no Rio de Janeiro. Ao todo, sete ordens judiciais foram executadas. A Justiça também determinou o bloqueio de R$ 10 milhões em contas associadas aos alvos da investigação.


Além de Samir, Helena e Renildo, o superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em Roraima, Igo Brasil, também foi incluído entre os investigados pela PF.



As investigações começaram em setembro de 2024, quando Renildo Lima foi detido com R$ 500 mil em espécie. Parte do valor foi encontrada escondida em sua cueca, gerando suspeitas de crimes eleitorais. Segundo a Polícia Federal, o dinheiro seria utilizado em práticas ilegais durante o pleito.


Helena da Asatur, única mulher eleita deputada federal por Roraima em 2022, é empresária do setor de transporte e dona da Asatur, tradicional companhia rodoviária com rotas para o Amazonas. A empresa tem 10 agências no estado e é avaliada em R$ 11,1 milhões. A família também é proprietária da Voare Táxi Aéreo, única empresa privada do tipo no estado.



Samir Xaud, de 41 anos, nasceu em Boa Vista e foi eleito presidente da CBF em maio de 2025, tornando-se o mais jovem a ocupar o cargo. Médico de formação, ele é filho de Zeca Xaud, presidente da Federação Roraimense de Futebol desde 1975. Samir chegou a disputar uma vaga na Câmara dos Deputados em 2022 pelo MDB, mas não foi eleito. Ele e Helena fazem parte do mesmo grupo político em Roraima.


Em nota, a CBF confirmou a presença de agentes da PF em sua sede entre 6h24 e 6h52 desta quarta-feira. A entidade ressaltou que a operação “não tem qualquer relação com a CBF ou com o futebol brasileiro” e que Samir Xaud “não é o centro das apurações”. Nenhum material foi apreendido e o presidente da entidade permanece à disposição das autoridades.



Até a última atualização da matéria, os investigados ainda não haviam se manifestado publicamente. O espaço segue aberto para suas declarações.


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