Dallagnol diz que repetiria PowerPoint após ser condenado a indenizar Lula
Ex-procurador terá de pagar mais de R$ 135 mil ao presidente por danos morais relacionados à denúncia do caso triplex em 2016
Por Plox
30/07/2025 08h05 - Atualizado há 3 dias
Após anos de repercussão envolvendo uma polêmica apresentação em PowerPoint durante a Operação Lava Jato, o ex-procurador da República Deltan Dallagnol foi condenado a pagar uma indenização ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo determinou que ele quite, em até 15 dias, o valor de R$ 135.416,88 por danos morais.

A condenação é referente à apresentação realizada em 2016, na qual Dallagnol, à frente da força-tarefa da Lava Jato, expôs publicamente a denúncia do Ministério Público Federal contra Lula no caso envolvendo o triplex do Guarujá. Durante a exibição, o então procurador utilizou um infográfico em PowerPoint que rapidamente se tornou símbolo das críticas ao processo e motivou o pedido de indenização por parte da defesa do presidente.
Mesmo diante da sentença, Dallagnol afirmou que não se arrepende de suas ações. “Faria de novo mil vezes se eu tivesse mil vidas: colocar na cadeia e não na Presidência aqueles contra quem surgem fortes provas de corrupção”, declarou. Ele reforçou que, em sua visão, agiu corretamente e que os verdadeiros condenáveis são “os corruptos e aqueles que lhes garantem a impunidade suprema.”
O ex-procurador revelou ainda que o pagamento será feito com recursos oriundos de doações feitas por apoiadores. “Agradeço também aos mais de 12 mil brasileiros que doaram, sem eu pedir, pequenos valores que somaram mais de meio milhão de reais. Vocês me fortalecem e me inspiram a não desistir de lutar pelo nosso país”, escreveu ele em nota pública.
“Pagar o preço de lutar por justiça num país em que os corruptos mandam”, disse Dallagnol ao comentar a condenação
A quantia estipulada inclui correção monetária, juros e honorários advocatícios. Embora ainda possa questionar os cálculos judiciais, a decisão que o condenou é definitiva, sem possibilidade de novo recurso. Caso ele não cumpra o prazo estabelecido para o pagamento, incidirá uma multa de 10% sobre o valor total, além de honorários adicionais de 10%.
O caso marca mais um desdobramento jurídico envolvendo as ações da Operação Lava Jato e reacende o debate sobre os limites da atuação do Ministério Público nas investigações de combate à corrupção em figuras públicas de destaque.