Lula reage às sanções dos EUA e sai em defesa de Moraes

Presidente convoca reunião emergencial após sobretaxa de 50% sobre exportações brasileiras e repudia medidas contra ministro do STF

Por Plox

30/07/2025 20h55 - Atualizado há 2 dias

Em um dos momentos mais tensos das relações entre Brasil e Estados Unidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou esta quarta-feira (30) como \"um dia sagrado da soberania brasileira\". A fala ocorreu durante uma cerimônia no Palácio do Planalto e foi uma resposta direta à ofensiva liderada por Donald Trump, que anunciou novas tarifas e sanções direcionadas a figuras do governo brasileiro.


Imagem Foto: Presidência


A principal medida imposta por Washington foi a aplicação de uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros exportados aos EUA. O novo pacote tarifário, formalizado por decreto assinado por Trump, também incluiu sanções financeiras contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em um gesto que acirrou ainda mais a tensão diplomática entre os dois países.



Em resposta, Lula convocou uma reunião de emergência com ministros para a tarde do mesmo dia, com o objetivo de avaliar os efeitos econômicos e políticos da decisão norte-americana. Para o presidente, o ataque aos produtos brasileiros e a tentativa de atingir diretamente um membro da Suprema Corte representam uma afronta à independência nacional.



O decreto americano justifica a nova política alegando que atitudes do governo brasileiro ameaçam a segurança dos Estados Unidos, citando Moraes como agente de suposta perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A argumentação provocou forte repúdio entre autoridades brasileiras.



As sanções aplicadas a Moraes baseiam-se na chamada Lei Magnitsky, dispositivo jurídico norte-americano voltado ao combate a violações de direitos humanos. Com isso, o ministro passa a enfrentar medidas como congelamento de bens, restrições a operações financeiras em dólar e proibição de uso de cartões de crédito internacionais.



A reação brasileira tem sido coordenada em várias frentes. O vice-presidente Geraldo Alckmin está à frente das articulações com empresários e lideranças do setor produtivo, enquanto o Itamaraty monitora os desdobramentos junto a organismos internacionais. Lula, por sua vez, tem reforçado o discurso em defesa das instituições brasileiras.



A repercussão no meio institucional foi imediata. O Supremo Tribunal Federal se manifestou por meio do ministro Flávio Dino, que destacou o compromisso de Moraes com a legalidade e repudiou os ataques.
\"Não toleraremos ataques infundados que comprometam a integridade do nosso sistema judicial\", afirmou Dino, em apoio ao colega.


A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) também se pronunciou, classificando as sanções como um ato intimidatório contra a democracia. A entidade ressaltou que mirar figuras públicas responsáveis por proteger o Estado de Direito é \"uma afronta à soberania nacional\".



A crise ainda está em curso, mas o governo brasileiro já sinalizou que não irá recuar diante da pressão. Em suas palavras, Lula afirmou que o Brasil não aceitará interferência estrangeira nos seus assuntos internos, reafirmando o compromisso com a soberania e a autonomia dos Poderes.


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