Aos 73 anos, o cineasta lança "O Futuro É Nosso" e revela sua trajetória prolífica de mais de 80 documentários

O renomado cineasta brasileiro, Silvio Tendler, aos 73 anos, destaca-se novamente no cenário do cinema com o lançamento de "O Futuro É Nosso", uma análise sobre o movimento sindical e as recentes transformações nas leis trabalhistas do Brasil. Não é a primeira vez que Tendler se dedica a capturar momentos significativos da política brasileira, tendo já produzido mais de 80 documentários ao longo de sua extensa carreira.

Trajetória e Superação

Apesar de enfrentar desafios pessoais, como uma neuropatia diabética que o deixou tetraplégico, Tendler manteve-se firme em sua missão. "Não me tira nem a palavra nem a razão, pedi. E o resto eu me viro", confidencia. Ao longo dos anos, ele tem sido uma testemunha atenta dos principais acontecimentos políticos do país. Em 1980, lançou "Os Anos JK", retratando o governo Juscelino Kubitschek, e em 1984, apresentou "Jango", que narra a vida do ex-presidente João Goulart. Ambos os filmes foram sucessos de público, com "Jango" levando um milhão de espectadores aos cinemas.

O Cinema Segundo Tendler

Sua paixão pelo cinema começou jovem, especialmente após o golpe militar de 1964. Influenciado pelos jornalistas da época, Tendler encontrou no cinema uma forma de expressão e revolução. "Estou nesse caminho e não quero sair mais, acho que o documentário é um cinema muito importante", declara. Ele enfatiza que todos os seus personagens têm algo em comum: "o sonho interrompido".

Financiamento e Desafios

O financiamento dos seus filmes é variado. Enquanto "JK" contou com o apoio do produtor Hélio Ferraz, "Jango" foi produzido cooperativamente, e o filme dos Trapalhões foi financiado por Renato Aragão. Mais recentemente, na produção de "O Futuro É Nosso", Tendler contou com o apoio dos sindicatos.

O Futuro Segundo Tendler

O cineasta, que também é curador do Festival de Cinema de Brasília, segue com projetos audaciosos, como a adaptação cinematográfica da peça teatral "Olga e Luiz Carlos: Uma História de Amor", baseada na correspondência amorosa entre Olga Benário e Luiz Carlos Prestes. Tendler, além de retratar a história, se dedica a refletir sobre a linguagem cinematográfica, unindo teatro e cinema em suas obras. Conclui, ressalvando a importância de seguir em movimento: "Eu digo sempre que, se parar cansa, o importante é fazer coisas."