Parte da herança de Gugu é bloqueada após comerciante de SP alegar paternidade

A herança do apresentador Gugu Liberato, que faleceu em 2019 nos Estados Unidos, está novamente no centro de uma controvérsia judicial. A Justiça de São Paulo determinou o bloqueio de uma parte do patrimônio de Gugu após a manifestação de Ricardo Rocha, um comerciante de São Paulo, que afirma ser o quarto filho do apresentador. Rocha, que trabalha no ramo automotivo, entrou com uma ação de investigação de paternidade, solicitando um exame de DNA para confirmar sua alegação.

Acordo entre herdeiros e reação judicial

No dia 16 de agosto, os nove herdeiros de Gugu, incluindo seus três filhos e sobrinhos, registraram um acordo extrajudicial de partilha de bens em cartório, mesmo com a ação de Rocha em andamento. A partilha previa que cada filho do apresentador receberia 25% da herança, enquanto os herdeiros testamentários receberiam 5%, e a mãe de Gugu teria direito a uma renda vitalícia. No entanto, a defesa de Ricardo Rocha considerou o acordo uma "deslealdade processual", levando ao pedido de bloqueio judicial para garantir uma eventual parte do patrimônio caso a paternidade fosse confirmada.

Manifestação do juiz e contexto do processo

O juiz responsável pela ação de paternidade avaliou o pedido de Rocha e declarou que os herdeiros estavam cientes do processo e não deveriam ter firmado o acordo sem reservar bens que pudessem cobrir os direitos do autor, caso fossem reconhecidos. "A análise de má-fé processual será feita no julgamento", afirmou o magistrado no dia 28 de agosto. Os advogados envolvidos, tanto de Ricardo Rocha quanto dos filhos de Gugu, não se pronunciaram publicamente sobre o caso.

História de Ricardo Rocha e suposta relação com Gugu

Ricardo Rocha, nascido em outubro de 1974, afirmou que sempre soube da possível paternidade, que nunca foi ocultada por sua mãe. Segundo ele, sua mãe teria conhecido Gugu em 1973, quando trabalhava como babá e empregada doméstica em São Paulo. O encontro teria ocorrido em uma padaria na rua Aimberê, em Perdizes, Zona Oeste da capital paulista. Na época, Gugu tinha 15 anos e ainda não era um apresentador de televisão.

Rocha mencionou que, embora soubesse da suposta paternidade desde criança, evitou confrontar a questão até recentemente, buscando resolver a dúvida apenas agora, após a morte de Gugu. Ele enfatizou que seu interesse no processo é mais sobre a verdade de sua origem do que sobre questões financeiras.

Renúncia de Rose Miriam à disputa pela herança

Paralelamente a essa disputa, Rose Miriam Di Matteo, mãe dos três filhos reconhecidos de Gugu, desistiu de um processo em que buscava o reconhecimento de união estável e 50% do patrimônio do apresentador. Rose e Gugu teriam formado uma família desde os anos 2000, e se conheceram nos anos 1980, quando ela trabalhava como secretária de palco do apresentador.

Desfecho pendente

O caso segue em andamento, e a resolução definitiva depende do resultado da investigação de paternidade e da decisão final do juiz sobre a partilha da herança. Ricardo Rocha, enquanto isso, afirma que seu único objetivo é confirmar sua origem através do teste de DNA, sem intenções de criar conflitos.