A granja em Capela do Alto (SP), onde um jovem de 19 anos perdeu as mãos ao ficar com o braço preso em um moedor de ração nesta segunda-feira (25), foi interditada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) na quarta-feira (27). A medida ocorreu após a constatação de que a unidade já havia registrado outro acidente grave em outubro de 2023, quando um trabalhador de 46 anos morreu ao ter a perna prensada entre um trator e um baú.

Foto: Ministério do Trabalho e Emprego/Divulgação

Segundo a fiscalização, mesmo após a morte do funcionário em 2023, a empresa não havia registrado a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), documento obrigatório. Já a granja contestou a informação, afirmando que o procedimento foi realizado e que a família da vítima foi indenizada.

Foto: Ministério do Trabalho e Emprego/Divulgação

No caso mais recente, o jovem foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros e levado ao Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS). Apesar de estar estável, precisou passar por amputação das mãos e parte do braço. O acidente foi registrado pela Delegacia de Capela do Alto.

Na quarta-feira, auditores fiscais interditaram a granja, alegando falta de condições de segurança. Além disso, determinaram a substituição do moedor de ração utilizado no momento do acidente. Durante a interdição, apenas dois trabalhadores estão autorizados a permanecer no local para garantir a alimentação das 17 mil aves. Os fiscais avaliam também se será possível permitir a coleta dos cerca de 200 mil ovos armazenados.

A empresa foi autuada por descumprimento de normas regulamentadoras relacionadas a equipamentos de proteção individual, saúde ocupacional, segurança elétrica, maquinário e avicultura. O setor jurídico da Granja Econômica, responsável pela unidade, declarou que as CATs referentes aos dois acidentes foram emitidas e que melhorias nos maquinários vêm sendo realizadas desde a aquisição da granja. A empresa afirmou ainda que presta apoio ao trabalhador acidentado e sua família.

Fundada há mais de 70 anos, a Granja Econômica possui 63 unidades espalhadas pelo Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais, com atuação em produção de ovos, recria, incubatórios e fábricas de ração.