Eduardo Bolsonaro ameaça deixar o PL se Tarcísio entrar no partido
Deputado afirma que pode disputar a Presidência em 2026 e revela incômodo com eventual filiação do governador paulista ao partido
Por Plox
30/08/2025 07h12 - Atualizado há 7 dias
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) declarou nesta sexta-feira (29) que sua permanência no Partido Liberal pode estar com os dias contados, caso o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, atualmente no Republicanos, decida se filiar à sigla.

Durante entrevista ao portal Metrópoles, Eduardo revelou que não vê espaço para si dentro do PL se Tarcísio entrar no partido. \"Se o meu pai não puder se candidatar, eu gostaria de sair candidato. Se Tarcísio vir para o PL, não terei espaço. Estou no meu terceiro mandato, sei como a banda toca\", afirmou o parlamentar.
Ele também comentou sobre a possibilidade de disputar a Presidência da República em 2026 e disse que, se isso acontecer, pretende fazer uma campanha totalmente virtual, diretamente dos Estados Unidos, onde reside desde março deste ano.
\"Talvez, a primeira campanha virtual da história do País\"
, declarou. Eduardo acrescentou que confia na aprovação de uma anistia que poderia beneficiar seu pai, Jair Bolsonaro, tornando-o elegível novamente.
Apesar da movimentação de nomes da direita para ocupar o espaço deixado por Bolsonaro, Eduardo foi categórico ao dizer que esse debate está sendo feito de forma prematura. Segundo ele, “não é a hora” de discutir o pleito de 2026.
Na segunda-feira anterior (25), o presidente do Republicanos, deputado Marcos Pereira, levantou a possibilidade de Tarcísio ser o nome da sigla para a disputa presidencial. No mesmo dia, Valdemar Costa Neto, presidente do PL, afirmou que, se for candidato, Tarcísio deve entrar no PL, o que gerou reação imediata de Eduardo.
O deputado também reiterou que, caso Bolsonaro recupere seus direitos políticos, será o candidato natural do partido. \"Se Bolsonaro puder sair candidato, ele será o candidato. Todo mundo fala isso. Até mesmo os governadores democráticos durante evento da XP, o próprio (Ronaldo) Caiado, o Ratinho, e o Tarcísio, todos reconhecem que Bolsonaro é o maior líder político do Brasil. Então, se houver anistia, ele pode, sim, tentar reverter a inelegibilidade dele e sair candidato\", reforçou Eduardo.
Sobre sua atuação parlamentar, o deputado contou que voltou a exercer o mandato remotamente, apesar de não ter presença registrada desde março nas sessões deliberativas. Ele participou por videoconferência de uma subcomissão na Câmara na última quarta-feira (27), mesmo sem ser membro e sem convite formal. A legalidade da atuação remota ainda é questionada, já que o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), se posicionou contra a prática.
Eduardo defende que haja pressão para que Motta autorize oficialmente a atuação virtual. \"Eu acho que o ideal é a gente pressionar o Hugo Motta para que seja dada uma solução. A solução tecnológica já existe. Eu consigo perfeitamente exercer o meu mandato, consigo fazer participação nas comissões\", argumentou. Ele também afirmou que pretende manter seu gabinete e a remuneração dos assessores enquanto estiver fora do país.
A crise interna no PL se intensifica com a possibilidade de novas alianças e movimentações para 2026, evidenciando as disputas pelo protagonismo na direita brasileira.