Tarcísio diz que indulto a Bolsonaro seria prioridade em eventual governo
Governador afirma que concederia perdão ao ex-presidente como primeiro ato, mas reforça que não será candidato em 2026
Por Plox
30/08/2025 20h03 - Atualizado há 16 dias
Durante uma entrevista concedida ao Diário do Grande ABC, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, declarou que, caso algum dia venha a ocupar a Presidência da República, sua primeira ação oficial seria conceder um indulto ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Segundo ele, a situação enfrentada por Bolsonaro é \"absolutamente desarrazoada\". Ao ser questionado diretamente sobre o indulto, respondeu sem hesitar:
\"Na hora. Primeiro ato. Porque eu acho que tudo isso que está acontecendo é absolutamente desarrazoado\"
.
Apesar dessa promessa explícita, Tarcísio reforçou que não pretende disputar a Presidência em 2026. Ele fez questão de negar qualquer intenção nesse sentido, explicando que o fato de ser governador de São Paulo naturalmente levanta especulações devido à importância política do estado. “Eu não sou candidato à Presidência, vou deixar isso bem claro. Todo governador de São Paulo é presidenciável, pelo tamanho do estado, um estado muito importante. Mas vamos pegar na história recente qual foi o governador de São Paulo que se tornou presidente da República: o último foi Jânio Quadros e o penúltimo foi Washington Luís”, destacou.
Além disso, Tarcísio demonstrou desconfiança com relação ao sistema judiciário brasileiro, afirmando que não acredita na existência de fundamentos para uma eventual condenação de Bolsonaro, que passará a ser julgado no Supremo Tribunal Federal (STF) a partir da próxima terça-feira (2), por suposta tentativa de golpe de Estado. “Não acredito em elementos para ele ser condenado, mas infelizmente hoje eu não posso falar que confio na Justiça, por tudo que a gente tem visto”, disse.
O governador também voltou a defender a anistia para os envolvidos nos atos relacionados à tentativa de golpe. Ele destacou a importância de uma solução política construída pelo Congresso Nacional, e sugeriu que essa medida já foi aplicada em momentos distintos da história brasileira, desde o período colonial até o regime militar de 1964.
Em sua fala, Tarcísio ainda cobrou ação do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, para que paute a discussão sobre a anistia, mesmo sem citar o nome do deputado diretamente. “Entendo que os presidentes da Casa têm que submeter isso à vontade do plenário, e não pode ter interferência de outro poder”, defendeu.
A entrevista acontece em um momento político tenso, com o julgamento de Bolsonaro prestes a começar e a pauta da anistia ganhando força entre aliados do ex-presidente. Tarcísio, apesar de negar qualquer movimentação presidencial, permanece como uma das principais figuras políticas associadas ao ex-mandatário.