Vice de Zema avalia troca de partido com olho nas eleições de 2026
Mateus Simões pode deixar o Novo para se filiar ao PSD, mirando candidatura ao governo de Minas Gerais
Por Plox
30/08/2025 09h16 - Atualizado há 3 dias
A possível saída de Mateus Simões do partido Novo e sua eventual filiação ao PSD têm movimentado os bastidores da política mineira. O vice-governador de Minas Gerais, aliado direto de Romeu Zema, estaria prestes a dar um passo estratégico de olho nas eleições estaduais de 2026. A mudança de legenda, embora ainda não confirmada, vem sendo debatida nos bastidores com cada vez mais intensidade.

Apesar de interlocutores do PSD reforçarem que nenhuma decisão foi tomada, a ideia de Simões migrar para o partido comandado nacionalmente por Gilberto Kassab ganhou força nas últimas semanas. A filiação ao PSD garantiria ao vice-governador uma estrutura partidária robusta, com maior tempo de rádio e TV, acesso ao fundo partidário e o respaldo de uma das maiores bancadas legislativas do país. Tudo isso contrastaria com os recursos limitados do Novo, legenda de menor expressão nacional.
Por outro lado, essa escolha marcaria um distanciamento definitivo da imagem de “técnico” e da postura de antipolítica que ajudaram Zema a se eleger em 2018 e se reeleger em 2022. Ao integrar o PSD, partido mais tradicional e com forte presença nos municípios, Simões se posicionaria de forma mais clara dentro do jogo político convencional, rompendo com o discurso inicial do Novo. Ainda assim, em seu entorno, a avaliação é de que a mudança de partido não comprometeria seu perfil técnico, mas o tornaria mais competitivo na disputa ao governo mineiro.
Nos bastidores, circula a hipótese de que a hesitação atual seja parte de uma estratégia do marqueteiro de Zema, Renato Pereira. A ideia seria preservar a imagem do governador e manter Simões próximo a ele até o período eleitoral, permitindo que a transferência partidária ocorra apenas após uma eventual vitória em 2026. Isso daria tempo ao Novo para angariar apoio da direita, onde tem mais penetração que o PSD, hoje mais ao centro do espectro político.
A proximidade da visita de Gilberto Kassab a Belo Horizonte, prevista para o dia 17 de setembro, pode, no entanto, acelerar esse processo. Kassab, que também atua como secretário no governo paulista, deverá se reunir com prefeitos e representantes do PSD em Minas. A presença dele reacendeu as especulações sobre a possível filiação de Simões, colocando o tema como prioridade entre aliados.
Embora o PSD mineiro admita conversas com Simões, há certa cautela quanto à forma e ao momento da eventual filiação. Isso porque o senador Rodrigo Pacheco, ainda filiado ao partido, permanece como potencial candidato ao governo estadual. Alguns líderes do PSD defendem que qualquer avanço em relação a Simões deve ocorrer com respeito ao atual quadro político da sigla.
Enquanto isso, no Novo, o clima é de apreensão. Perder Simões, uma das principais lideranças da legenda em Minas, seria um duro golpe. Interlocutores do partido tentam minimizar o cenário, tratando a movimentação como simples convites ainda em aberto, sem concretude.
\"A mudança para o PSD poderia ser estratégica, mas não descaracterizaria o perfil técnico de Mateus Simões\", afirma um aliado próximo do vice-governador
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Diante da aproximação do calendário eleitoral e da baixa projeção de Simões nas pesquisas atuais, a movimentação ganha contornos decisivos. Se por um lado o Novo ainda oferece a coerência de um discurso antipolítica, por outro, o PSD pode ser o trampolim necessário para que o vice-governador mineiro alcance vôos mais altos em 2026.