Caminhoneiro dirigia sob efeito de drogas e álcool e matou motociclista após tirar CNH apenas 13 dias antes
Motorista acumula histórico de 25 multas graves entre janeiro de 2020 e outubro de 2023; namorada de Rafael sobreviveu ao acidente, mas ficou gravemente ferida
Por Plox
30/09/2024 09h43 - Atualizado há 7 dias
Um caminhão ziguezagueando pela rodovia Rio-Santos, litoral de São Paulo, causou pânico entre os motoristas na pista. O condutor, embriagado e sob efeito de drogas, possuía uma longa ficha de infrações no trânsito. Neste trajeto, ele atropelou uma moto, resultando na morte de Rafael da Silva Oliveira, metalúrgico de 33 anos. A namorada de Rafael, Carolina Rebouças, que estava na garupa, sobreviveu ao atropelamento e relatou o ocorrido.
"Rafael era o amor da minha vida", expressou Carolina, que ainda lidava com a perda recente do pai de Rafael, vítima de infarto em agosto. O casal, que já morava junto, tinha planos para o futuro, agora interrompidos tragicamente.
Caminhão desgovernado e fatalidade
Por cerca de 5 km, o caminhão, carregado com glicerina, aterrorizou motoristas na rodovia. Após colidir com uma viatura policial, o veículo entrou na contramão. Rafael tentou desviar para o acostamento ao perceber o caminhão vindo em sua direção, mas foi atingido fatalmente em uma curva. Carolina foi arremessada e sobreviveu com ferimentos graves, recebendo alta hospitalar em 26 de setembro.
"Eu conseguia ver que ele estava vindo para cima da gente. Só consegui me segurar nele e firmar minha perna. Falei: ‘Rafael, caminhão’", relembra Carolina, que perdeu parte do dedo do pé e sofreu fraturas na perna direita.
Caminhoneiro com histórico de infrações
O motorista, Roberval José Sebastião, profissional com 15 anos de experiência, foi preso em flagrante após a colisão. Exames apontaram que ele estava embriagado e sob o efeito de drogas. Entre janeiro de 2020 e outubro de 2023, Roberval acumulou 25 multas por infrações como dirigir em alta velocidade, sob efeito de drogas e álcool, e avançar sinais vermelhos.
Em outubro de 2023, Roberval foi preso por dirigir perigosamente, não obedecer ordens da polícia e fazer zigue-zague na movimentada rodovia Anhanguera. Na ocasião, confessou uso de cocaína e alegou alucinações, afirmando que estava abalado com a morte da mãe e o fim de seu relacionamento devido ao uso de entorpecentes. Apesar disso, conseguiu responder em liberdade, teve sua habilitação suspensa e pagou uma multa de R$ 600, recuperando a CNH em 9 de setembro de 2023.
Reincidência e tragédia
Treze dias após recuperar a habilitação, Roberval voltou a dirigir de maneira perigosa, desta vez provocando a morte de Rafael. O caminhão, pesando mais de 40 toneladas, transformou-se em uma arma letal, segundo o delegado Jorge Álvaro Gonçalves Cruz. Não há imagens do atropelamento, apenas registros posteriores mostrando o caminhoneiro na contramão colidindo com outros nove veículos.
Rafael deixou uma filha de 9 anos, fruto de um relacionamento anterior.