Grupos LGB rompem com ativismo trans e lançam nova entidade internacional

Coalizão formada por ativistas de 18 países critica abandono de pautas LGB em favor de questões de identidade de gênero

Por Plox

30/09/2025 11h19 - Atualizado há 13 dias

Uma articulação global envolvendo defensores dos direitos de gays, lésbicas e bissexuais deu origem a uma nova entidade chamada LGB International, que marca uma ruptura com o ativismo trans e com o movimento LGBTQIA+ tradicional. A iniciativa foi lançada no início de setembro e reúne representantes de 18 países, entre eles Estados Unidos, Austrália, Taiwan e Canadá.


Imagem Foto: Agência Brasil


Segundo a coalizão, as organizações que historicamente representavam os interesses de homossexuais e bissexuais desviaram o foco para pautas centradas na identidade de gênero, enfraquecendo reivindicações importantes da comunidade LGB. O presidente da nova organização, Frederick Schminke, declarou ao jornal The Telegraph que essa mudança tem silenciado vozes críticas e comprometido avanços já conquistados.


\"Hoje, gays, lésbicas e bissexuais têm uma nova organização global\"

, publicou o grupo na rede X, antigo Twitter, ao anunciar oficialmente sua formação.


Bev Jackson, fundadora da LGB Alliance, manifestou apoio à nova coalizão e reforçou as críticas ao direcionamento das antigas entidades, que, segundo ela, abandonaram a luta original do movimento. Um dos pontos de maior tensão envolve casos em que indivíduos heterossexuais se autodeclaram como lésbicas ou gays, pleiteando acesso a espaços exclusivos voltados a pessoas LGB. Para o novo grupo, essas situações distorcem o propósito da militância por orientação sexual.


Outro dado apontado pelos organizadores da LGB International é que, em 64 países ao redor do mundo, a homossexualidade ainda é criminalizada. O grupo entende que a priorização de pautas sobre identidade de gênero tem deixado questões cruciais como essa em segundo plano.



Apesar do rompimento, algumas organizações reagiram defendendo a união entre todas as letras do movimento. A ILGA-Europe e a Beaumont Society emitiram comunicados afirmando que a separação prejudica a força coletiva da comunidade e pode comprometer avanços obtidos nas últimas décadas.



A criação da LGB International reacende o debate global sobre os rumos do ativismo sexual e de gênero, expondo divisões internas e colocando em pauta a necessidade de representatividade equitativa entre os diferentes grupos que compõem o antigo espectro LGBTQIA+.


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