Na Zona Sul de SP, vodka adulterada com metanol é ingerida e mata advogado

Marcelo Lombardi, de 45 anos, sofreu falência de órgãos após consumir bebida contaminada. Caso é uma das três mortes confirmadas por metanol na Grande São Paulo.

Por Plox

30/09/2025 12h40 - Atualizado há 13 dias

A morte do advogado Marcelo Lombardi, de 45 anos, acendeu um alerta sobre a contaminação por metanol em bebidas alcoólicas na Grande São Paulo.


Imagem Foto: Reprodução


Morador do bairro Sacomã, na Zona Sul da capital paulista, Marcelo era dono de uma imobiliária familiar na região havia 16 anos. Ele morreu após apresentar sintomas de intoxicação, sendo diagnosticado com falência de múltiplos órgãos. O atestado de óbito confirmou o metanol como causa da intoxicação.



Segundo a irmã e sócia da vítima, Fernanda Lombardi, Marcelo acordou desorientado e sem visão, vendo apenas um clarão. Sem conseguir explicar onde ou como ingeriu a bebida contaminada, foi levado ao hospital por familiares, mas seu quadro clínico se agravou rapidamente. \"Perdemos a nossa base\", lamentou Fernanda em entrevista à TV Globo.



A família, que reside no Sacomã há mais de 30 anos, informou que Marcelo não participou de festas recentemente e que ele costumava permanecer nos arredores da região. A esposa dele chegou a acionar a mãe do advogado assim que percebeu os sintomas de cegueira. A polícia deve receber uma garrafa de vodka encontrada na casa da vítima e seus extratos bancários, que podem ajudar na investigação sobre a origem da bebida adulterada.



O enterro de Marcelo ocorreu nesta terça-feira (30), em Santo André. Ele era casado e vivia com a esposa e uma cachorrinha. A perda foi ainda mais dolorosa para a família, que havia perdido o pai há menos de dois anos.


A Secretaria da Saúde do Estado confirmou que esta é a terceira morte registrada por ingestão de bebida adulterada com metanol na região metropolitana. As outras vítimas foram um homem de 58 anos, em São Bernardo do Campo, e outro de 54 anos, na Zona Leste da capital. Um quarto caso está sendo investigado.


A suspeita é que o metanol, substância altamente tóxica e sem uso autorizado para consumo humano, tenha sido ilegalmente distribuído a fábricas clandestinas de bebidas. A Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos alertou que nove casos foram registrados em apenas 25 dias.


A ingestão de metanol pode provocar sintomas graves, como visão turva, dor abdominal, convulsões, desorientação e, em casos mais severos, morte. Autoridades recomendam atenção redobrada à procedência das bebidas adquiridas e oferecidas em estabelecimentos comerciais.


Em caso de suspeita, a orientação é buscar atendimento médico imediato. O Centro de Controle de Intoxicações (CCI-SP) presta apoio pelos telefones (11) 5012-5311 e 0800 771 3733.


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