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Uma investigação conduzida pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) revelou detalhes da atuação do Comando Vermelho (CV) nos complexos da Penha e do Alemão, na capital fluminense. O trabalho resultou em uma das operações policiais mais letais do estado, com 121 mortos, incluindo quatro policiais, após uma ação realizada na última terça-feira nos dois complexos.
Foto: Reprodução
O documento do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), elaborado a partir de uma investigação da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), acusa 69 pessoas de associação para o tráfico de drogas. Segundo o material, o grupo opera com uma cadeia de comando clara e funções bem definidas.
Edgar Alves de Andrade, conhecido como Doca ou Urso, foi apontado como principal liderança do Comando Vermelho no Complexo da Penha e em comunidades como Gardênia Azul, Cesar Maia, Juramento, Quitungo e Alemão — algumas dessas áreas recentemente tiradas de milicianos. Mesmo após a megaoperação, Doca seguiu foragido.
Segundo as investigações, Doca mantém uma hierarquia rígida e impõe punições severas a quem descumpre suas ordens. Os relatórios apontam ainda que sua residência conta com forte vigilância de seguranças armados.
No alto escalão da facção, estão Pedro Paulo Guedes (Pedro Bala) e Carlos Costa Neves (Gardenal), considerados gerentes-gerais do tráfico na região. Washington Cesar Braga da Silva (Grandão) também é citado como homem de confiança do grupo.
Mensagens interceptadas mostram a organização das ações e a necessidade de autorização para execuções no grupo. Em um dos trechos reproduzidos na denúncia, Grandão orienta sobre a importância de se aguardar ordens para atos violentos.
Bagulho não é com nós. Vamos monitorar apenas, meus amigos. Ninguém dá tiro sem ordem do Doca ou do Bala. Vamos pegar a visão – Grandão, em mensagens interceptadas
A atuação de Gardenal vai além do papel de gerente: ele estaria à frente da expansão violenta e criminosa do Comando Vermelho na região da Grande Jacarepaguá, em conjunto com Doca e Juan Breno Malta Ramos, conhecido como BMW.
As comunicações obtidas pela investigação revelam que o grupo buscava se adaptar tecnologicamente. Em conversas por aplicativo, Gardenal e Grandão debatem a aquisição de drones noturnos e destacam a importância do uso desses equipamentos.
Durante a operação, os criminosos recorreram a drones para lançar explosivos contra policiais. Outra evidência recolhida aponta que Gardenal transmitia, por videochamadas, atos de tortura a moradores das comunidades controladas pela facção.
Segundo o Ministério Público, os líderes da facção utilizavam grupos de WhatsApp para transmitir ordens que iam desde torturas até orientações sobre comercialização de drogas ou definição de escalas nas principais frentes de atuação criminosa. O tráfico organizava plantões nas chamadas “bocas de fumo”, pontos de monitoramento e de contenção armada.
Outros temas comuns nos grupos de mensagem eram a negociação de veículos roubados, monitoramento de operações policiais, contabilidade do tráfico e até mesmo execuções de integrantes considerados problemáticos pela organização.
Em um dos diálogos, Gardenal toma uma decisão sobre a execução de um colaborador do tráfico por suposta perda de mercadoria:
O vapor mais derramado, o gerente nós vai matar agora na frente de geral. Se o Bacurau aparecer, nós vamos mandar geral brotar aqui, o gerente vai executar ele na frente de geral. – Gardenal, em conversa via WhatsApp
Além disso, Gardenal mantinha chats privados para mensagens estratégicas, como autorização para escoamento de veículos roubados que eram oferecidos a ele com descontos no valor de mercado.
A denúncia detalha que BMW atuava como gerente de tráfico na Gardênia Azul, liderando o grupo “Sombra”, responsável por expandir o território da facção na Grande Jacarepaguá. BMW teria papel importante na qualificação de novos “soldados”, transmitindo táticas de uso de armamento pesado.
A investigação destaca ainda que o criminoso controlava câmeras de monitoramento instaladas nas comunidades, algumas equipadas com sensores de movimento para dificultar a ação policial. Há também indícios de uso de empresas de fachada para operações de lavagem de dinheiro.
O Ministério Público enfatizou que a análise de conversas e registros eletrônicos foi determinante para mapear a estrutura do Comando Vermelho e fundamentar os pedidos de prisão que resultaram na operação policial considerada a mais violenta da história do Rio de Janeiro.
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