O tema depressão tem ganhado cada vez mais espaço nas discussões atuais, seja na mídia, nos círculos familiares ou entre amigos. Muitas vezes, surge o espanto diante de casos em que pessoas aparentemente felizes ou expansivas enfrentavam o transtorno. O imaginário popular ainda associa a depressão a uma pessoa reclusa, sem energia ou à margem da vida social.

Entendendo a Depressão de Alto Funcionamento

Nem sempre a depressão se apresenta da forma tradicional, marcada por isolamento e tristeza extrema. Existem quadros em que os sintomas são menos visíveis, como ocorre na chamada Depressão de Alto Funcionamento. Nesses casos, o indivíduo mantém, pelo menos em aparência, a rotina, o bom humor e até demonstra sociabilidade, mas enfrenta um intenso sofrimento interior. Essa característica torna este tipo de depressão especialmente perigoso: a dor é real, mas muitas vezes passa despercebida por quem está ao redor.

Sintomas menos evidentes, consequências reais

Assim como as respostas emocionais a situações cotidianas variam de pessoa para pessoa, o modo como a depressão se manifesta também pode ser diverso. É importante reconhecer que nem todo quadro enfermo se revela nos mesmos moldes, e a Depressão de Alto Funcionamento é um exemplo claro disso.

Como identificar a Depressão de Alto Funcionamento

Alguns sinais ajudam a perceber esse tipo de depressão, ainda que seja silenciosa e disfarçada no dia a dia. Veja os principais:

• Autocrítica intensa: Uma necessidade constante de se provar diante dos outros, seja no trabalho ou na vida pessoal, pode alimentar pensamentos autodepreciativos, mesmo que mascarados como piadas ou autossabotagem.
• Pressão e sobrecarga: Quando a busca por aprovação se alia ao excesso de responsabilidades, o risco de colapso emocional cresce, especialmente em ambientes profissionais competitivos.
• Dependência química: Embora nem todos os casos sejam ligados a esse aspecto, vale observar se há uso frequente de drogas ou álcool, principalmente quando o comportamento vem acompanhado de justificativas frágeis, mal-estar frequente ou perda de interesse em atividades prazerosas.
• Propensão a acidentes: A dificuldade de concentração e a sensação de desconexão podem aumentar o número de incidentes diários, do pequeno ao mais grave.
• Sentimento de desespero: O sofrimento, muitas vezes escondido, pode levar a pensamentos de incapacidade e até mesmo à ideia de desistir de buscar ajuda.

É nessa fase que a depressão se torna mais perigosa. Diante de sinais persistentes, é fundamental não tomar decisões precipitadas e procurar o auxílio de especialistas para diagnóstico e tratamento adequados.

Procurar ajuda é fundamental

Se você, um amigo ou familiar está enfrentando esses sintomas, não adie a busca por apoio profissional. Você não está sozinho e sempre há caminhos para superar o sofrimento. Reconhecer a existência do problema é um passo importante — contar com acompanhamento especializado faz toda a diferença no processo de recuperação.