Operação policial desarticula rede de contrabando de bebidas em quatro estados brasileiros

Polícia federal cumpre mais de 70 mandados, apreende bens milionários e desvenda esquema de contrabando de bebidas da Argentina e Uruguai

Por Plox

30/11/2023 15h27 - Atualizado há mais de 1 ano

A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (30) uma ampla operação contra um grupo suspeito de contrabandear bebidas alcoólicas da Argentina e do Uruguai para o Brasil, atingindo cidades nos estados do Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. A ação resultou na execução de 50 mandados de busca e apreensão, cinco de prisão preventiva, 22 medidas cautelares substitutivas de prisão, além da apreensão de 133 veículos e 30 imóveis, totalizando aproximadamente R$ 20 milhões em bens.

Foto: Polícia Federal/Divulgação

Até o meio-dia de quinta-feira, a operação já havia resultado na prisão de quatro pessoas nas cidades de Venâncio Aires, Arroio do Sal e Belo Horizonte. O núcleo da organização criminosa, sediado no Vale do Taquari, RS, é acusado de liderar a importação ilegal de destilados e vinhos, ultrapassando fronteiras com Argentina e Uruguai. Desde janeiro de 2019, estima-se que o grupo tenha movimentado mais de R$ 62 milhões em vendas.

Além do contrabando, os suspeitos podem responder por lavagem de capitais, evasão de divisas e falsidade documental. A investigação revelou que a rede contava com colaboradores, fornecedores e intermediários, incluindo proprietários de free shops no Uruguai e lojas de vinhos na Argentina. Os pagamentos eram realizados em espécie ou por intermédio de doleiros.

As bebidas contrabandeadas entravam no Brasil e eram distribuídas para grandes atacadistas em Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. O transporte ocorria em caminhões e carretas do grupo, muitas vezes escondidas sob cargas de grãos e frutas. Além disso, utilizavam empresas de transporte com notas fiscais falsificadas.

A organização criminosa também operava com empresas "laranjas", incluindo concessionárias e locadoras de veículos, construtoras, postos de combustíveis e empresas do ramo de cigarros. A lavagem do dinheiro ocorria ao misturar os fundos ilegais com os legítimos dessas empresas.

Os mandados de busca e apreensão foram distribuídos entre várias cidades: 14 em Venâncio Aires, 2 em Lajeado, 1 em Estrela, 4 em Cruzeiro do Sul, 1 em Aceguá, 2 em Bagé, 4 em Jaguarão, 4 em Pelotas, 1 em Morro Redondo, 4 em São Paulo, 1 em Tarumã, 8 no Rio de Janeiro e 4 em Belo Horizonte. A operação contou com o apoio do Ministério Público Federal (MPF), Polícia Civil, Receita Federal do Brasil, Brigada Militar e Superintendência dos Serviços Penitenciários (SUSEPE).

 

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