Avanços econômicos e logísticos chegam com a duplicação da BR-381 em Minas Gerais
Duplicação e melhorias na rodovia devem reduzir acidentes, custos operacionais e atrair investimentos.
Por Plox
30/11/2024 10h53 - Atualizado há 11 dias
A duplicação da BR-381, no trecho que conecta Belo Horizonte a Governador Valadares, é vista como um marco para Minas Gerais. O projeto promete não apenas melhorar a segurança e reduzir o número de acidentes, mas também gerar impactos econômicos e ambientais de grande relevância para a região. Com um investimento de R$ 5,76 bilhões, a concessão inclui duplicação, construção de faixas adicionais, passarelas e correções de traçado, além de melhorias na sinalização e na geometria da via.
Redução de acidentes e custo bilionário para usuários
Conhecida como "Rodovia da Morte" devido ao elevado número de acidentes, a BR-381 registrou 2.641 batidas em 2023, com 171 mortes. A duplicação da via promete mudar esse cenário. Segundo a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), a obra pode evitar perdas humanas e custos financeiros associados a acidentes, que só no último ano ultrapassaram R$ 22,3 bilhões em rodovias federais do Brasil.
Além disso, o estudo da Fiemg aponta que os motoristas poderão economizar mais de R$ 1,75 bilhão em custos operacionais, como combustíveis, manutenção e peças ao longo de 30 anos. Essas economias representam mais de 55% dos benefícios previstos para os usuários.
Impacto econômico e atração de investimentos
A concessão é vista como uma solução para impulsionar o desenvolvimento econômico. A BR-381 é um importante corredor logístico, conectando regiões industriais e agrícolas ao mercado consumidor. Contudo, a precariedade da infraestrutura atual dificulta o escoamento da produção e a instalação de novas indústrias, especialmente em regiões como o Vale do Aço.
Victório Semionato, diretor do Conselho de Infraestrutura da Fiemg, ressaltou que as melhorias na rodovia podem aumentar a competitividade regional: "A dificuldade de escoamento pela BR-381 impacta negativamente a instalação de indústrias. Isso será revertido com as obras de duplicação e modernização."
A expectativa é que o projeto gere mais de 534 empregos diretos anuais e movimente R$ 1,18 bilhão em salários ao longo de três décadas. Além disso, a arrecadação de impostos ultrapassará R$ 8 bilhões, recursos que poderão ser destinados a áreas prioritárias, como saúde e educação.
Sustentabilidade ambiental e eficiência no transporte
Um aspecto destacado é a redução no impacto ambiental. Estima-se que o consumo otimizado de combustível e a menor necessidade de manutenção dos veículos resultem na mitigação de mais de 161 mil toneladas de gases de efeito estufa (GEE). Segundo o modelo HDM-4, utilizado pela ANTT, a quantidade de emissões evitadas seria equivalente ao plantio de 1.127.000 árvores, cobrindo uma área de 986 campos de futebol.
Fernando Iannotti, presidente da Houer Consultoria, destacou a relevância das obras para Minas Gerais: "A concessão transformará a BR-381 na principal rota logística do Estado, com impacto direto na vida de mais de 5 milhões de pessoas."
Diferenças entre trechos concedidos e não concedidos
O estudo da Fiemg também comparou as condições da BR-381 em trechos concedidos e não concedidos:
- Trechos concedidos: São geridos por concessionárias como a Autopista Fernão Dias e apresentam maior qualidade na infraestrutura, segurança e atratividade econômica. Em 2023, as cidades ao longo desses trechos geraram um saldo positivo de 22.907 empregos no setor industrial.
- Trechos não concedidos: Sob administração pública, enfrentam falta de recursos e infraestrutura inadequada. Esses trechos registraram um saldo negativo de 1.180 empregos no mesmo período.
O futuro da BR-381: o fim da 'Rodovia da Morte'
A concessão, vencida pela gestora 4UM em agosto de 2024, marcou um novo capítulo para a BR-381. Com desconto de 0,94% na tarifa de pedágio, a proposta superou outras concorrentes e assegurou a realização de melhorias fundamentais.
O diretor-geral da ANTT, Rafael Vitale, enfatizou que os investimentos transformarão a rodovia: "Com as obras, deixaremos para trás a alcunha de 'Rodovia da Morte'. Este é um projeto estruturado para salvar vidas e trazer benefícios econômicos."
Além das duplicações, estão previstas 51 correções de traçado, áreas de escape e pontos de parada para caminhoneiros. O governador Romeu Zema e o ministro dos Transportes, Renan Filho, também destacaram a importância do projeto para a segurança e o desenvolvimento de Minas Gerais.
“É um novo capítulo para essa história. Criamos soluções inovadoras para problemas antigos e, finalmente, estamos avançando com obras que vão salvar vidas e impulsionar a economia regional”, concluiu Renan Filho.