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Polícia
Jovem que atropelou e matou namorado e amiga apresenta laudos de depressão à polícia
Geovanna Proque da Silva, 21, é acusada de perseguir a moto de Raphael Canuto Costa e Joyce Correa da Silva e atropelá-los em alta velocidade na zona sul de São Paulo; ela foi presa em flagrante e responde por homicídio doloso duplamente qualificado
30/12/2025 às 14:59por Redação Plox
30/12/2025 às 14:59
— por Redação Plox
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A mulher que atropelou e matou o namorado e uma amiga dele na madrugada de domingo (28), na zona sul de São Paulo, tentou fugir do local e precisou ser levada às pressas à delegacia para não ser linchada por populares.
Identificada como Geovanna Proque da Silva, de 21 anos, ela dirigia um Citroën em alta velocidade quando atingiu a moto conduzida pelo namorado, Raphael Canuto Costa, também de 21 anos. Na garupa estava a amiga dele, Joyce Correa da Silva, de 19.
Com o impacto, a moto foi arremessada por cerca de 30 metros. Raphael e Joyce morreram na hora. Dois carros estacionados também foram atingidos, e um homem se feriu.
Fuga, tentativa de linchamento e prisão em flagrante
Após provocar a colisão, Geovanna deixou o local, mas passou mal, sentiu tonturas e se deitou em uma calçada próxima à cena do crime, na rua Professor Leitão da Cunha, no Parque Regina, zona sul de São Paulo. Ali, foi abordada e detida por policiais militares.
Segundo o boletim de ocorrência, os PMs retiraram Geovanna imediatamente da região porque moradores tentavam linchá-la. Ela foi presa em flagrante e levada à delegacia.
Ciúmes e perseguição antes do atropelamento
Relatos de testemunhas e a análise inicial da polícia apontam que Geovanna teria agido por ciúmes ao acelerar o carro e mirar a moto em que estavam o namorado e a amiga.
Momentos antes, Raphael participava de um churrasco em sua casa. A presença de outras mulheres na confraternização teria incomodado a jovem, que enviou mensagens ao namorado pelo WhatsApp pouco antes do crime.
Irritada, ela foi até a residência de Raphael acompanhada da madrasta, ainda não identificada pela polícia. Ele não permitiu a entrada da namorada e saiu de moto. Em seguida, Geovanna pegou o carro e passou a seguir o veículo.
Em uma adega próxima, Raphael encontrou Joyce, descrita por testemunhas como amiga de infância. Ela subiu na garupa da moto e os dois seguiram pela via, até serem atingidos pelo carro conduzido por Geovanna.
Mensagem ameaçadora antes do crime
O boletim de ocorrência registra ainda que, por volta das 2h de domingo, Geovanna enviou ao namorado uma mensagem por WhatsApp em tom de ameaça:
“Ou você resolve, ou eu resolvo”, escreveu a jovem.
Laudos médicos e alegação de depressão
Após a prisão, Geovanna entregou à Polícia Civil laudos médicos com o objetivo de comprovar que sofre de depressão e está em acompanhamento psiquiátrico. Os documentos mostram que ela chegou a solicitar auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença) ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).
De acordo com a perícia trabalhista realizada em 7 de novembro, o médico do trabalho Vinício Caio Baptista Rossi registrou que a jovem apresentava “ideação suicida” e fazia uso de medicamentos controlados. O relatório indica histórico de depressão desde os 15 anos e início de uma crise em julho de 2025, com acompanhamento psiquiátrico e psicológico.
No mesmo documento, o profissional recomendou afastamento por dois meses, de 23 de outubro a 21 de dezembro.
Início do tratamento psicológico
Os papéis entregues à polícia apontam que Geovanna teria iniciado tratamento em 12 de agosto na Associação Filantrópica Nova Esperança (Afne). Em 23 de outubro, a médica Sandra Melo de Andrade descreveu um quadro de humor deprimido persistente, associado a anedonia, cansaço físico e mental, dificuldades de concentração, hipersonia, isolamento social, baixa tolerância ao estresse, inapetência/anorexia e labilidade emocional.
Prisão preventiva e andamento das investigações
A Polícia Civil informou que Geovanna foi presa em flagrante e, após audiência de custódia, teve a prisão convertida em preventiva, diante de indícios de dolo direto na condução do veículo.
O caso foi registrado como homicídio doloso duplamente qualificado e lesão corporal, e segue sob apuração pelo 37º Distrito Policial (Campo Limpo). Exames periciais e toxicológicos foram requisitados e ainda estão em andamento.
Os investigadores buscam possíveis outros envolvidos, novas testemunhas e imagens adicionais que ajudem a detalhar a dinâmica do crime. Segundo o boletim de ocorrência, a motivação ligada ao ciúme e a impossibilidade de defesa das vítimas reforçam a tese de que não se tratou de um acidente, mas de uma conduta com caráter premeditado.