Após investigação de espionagem Lula oficializa demissão de Moretti e troca de sete diretores na Abin

Alessandro Moretti é demitido da Abin, enquanto novas nomeações seguem após investigações da Polícia Federal

Por Plox

31/01/2024 09h18 - Atualizado há 6 meses

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), promoveu uma série de mudanças na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), incluindo a demissão do diretor-adjunto Alessandro Moretti e a nomeação de sete novos diretores. Estas alterações, oficializadas na noite de terça-feira (30), em edição extra do Diário Oficial da União, ocorrem em meio a investigações de um esquema de espionagem ilegal na Abin durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Trocas Estratégicas na Abin

Luiz Fernando Corrêa mantém-se como diretor-geral da Abin, enquanto o cientista político Marco Aurelio Chaves Cepik assume a posição de diretor-adjunto, substituindo Moretti. Além dessa troca, quatro diretores foram dispensados e sete novos foram nomeados, em decisões assinadas pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa. Os nomes dos novos diretores são mantidos em sigilo.

Contexto das Mudanças

As alterações na liderança da Abin ocorrem após revelações de um esquema de espionagem ilegal no órgão, que veio à tona durante o governo Bolsonaro. A Polícia Federal também indicou tentativas de interferência nas investigações sobre o uso do software espião FirstMile pela atual direção da Abin, sob o comando do governo Lula. Este software foi utilizado para monitoramento sem autorização judicial.

Na terça-feira pela manhã, antes das mudanças serem oficializadas, o presidente Lula já havia indicado a possibilidade de alterações na Abin. Em entrevista à CBN Recife, ele mencionou um indivíduo dentro da agência que mantinha relações com Alexandre Ramagem, diretor da Abin no governo anterior. Lula enfatizou a importância de investigar corretamente antes de concluir qualquer ação.

Desdobramentos da Investigação

A Polícia Federal está avançando nas investigações sobre o esquema de espionagem. Na segunda-feira (29), foi realizada a segunda fase da operação Vigilância Aproximada, focando no "núcleo político" do esquema. Um dos alvos foi o vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (Republicanos), com buscas em três endereços. A primeira fase da operação, na última quinta-feira (25), mirou em Alexandre Ramagem.

Estas mudanças na Abin e as investigações em curso refletem os esforços do governo atual para lidar com as repercussões de atividades de espionagem ilegais e reestruturar a agência de inteligência do país.

 

 


 

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