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Polícia
Superlotação e condições precárias marcam sistema prisional de Minas Gerais
Estudo revela grave situação em presídios mineiros, com impacto na ressocialização dos detentos
31/01/2024 às 12:34por Redação Plox
31/01/2024 às 12:34
— por Redação Plox
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A situação do sistema prisional em Minas Gerais é alarmante, com 69% de suas 218 unidades prisionais apresentando superlotação e condições de regulares a péssimas. Dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) evidenciam a grave realidade enfrentada por detentos no estado, onde a capacidade de 39.200 vagas é excedida por cerca de 60 mil presos. Essa desproporção representa um excedente de 53%, agravando a problemática do encarceramento.
Foto: Daniel Protzner/ ALMG
As condições das prisões mineiras foram inspecionadas por juízes de execução criminal, que verificaram aspectos como infraestrutura, assistência médica e jurídica, ensino e trabalho. Neste contexto, Ludmila Ribeiro, pesquisadora do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública (Crisp) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), destacou a deterioração da condição dos detentos: "O detento é submetido a uma série de violações de direitos, a dinâmicas de violência e à carência do básico, e isso faz com que, muitas vezes, ele saia da unidade prisional muito pior do que entrou".
Situação de unidades prisionais em BH e Região Metropolitana
Unidade prisional
Lotação
Última inspeção
Condições
Número de vagas projetadas
Número de presos
Ceresp Gameleira
Superlotado
Outubro de 2023
Regulares
410
646
Ceresp Betim
Superlotado
Dezembro de 2023
Péssimas
404
817
Ceresp Contagem
Dentro da capacidade
Dezembro de 2023
Regulares
95
90
Complexo Penal Público Privado de Ribeirão das Neves I
Penitenciária José Maria Alkimin (Ribeirão das Neves)
Superlotado
Dezembro de 2023
Péssimas
1.070
1.262
Penitenciária Professor Jason Soares Albergaria (São Joaquim de Bicas)
Superlotado
Janeiro de 2024
Ruins
402
433
Presídio de Caeté
Superlotado
Dezembro de 2023
Regulares
49
69
Presídio de Ibirité
Superlotado
Dezembro de 2023
Péssimas
102
166
Presídio de Jaboticatubas
Superlotado
Dezembro de 2023
Péssimas
41
55
Presídio de Juatuba
Superlotado
Dezembro de 2023
Regulares
109
140
Presídio de Lagoa Santa
Superlotado
Janeiro de 2024
Ruins
46
91
Presídio de Nova Lima
Dentro da capacidade
Dezembro de 2023
Péssimas
95
94
Presídio Antônio Dutra Ladeira (Ribeirão das Neves)
Superlotado
Janeiro de 2024
Péssimas
878
1.767
Presídio Inspetor José Martinho Drumond (Ribeirão das Neves)
Superlotado
Dezembro de 2023
Péssimas
1.047
2.255
Presídio de Santa Luzia
Superlotado
Janeiro de 2024
Boas
143
150
Presídio de São Joaquim de Bicas I
Superlotado
Janeiro de 2024
Ruins
820
1.318
Presídio de São Joaquim de Bicas II
Superlotado
Janeiro de 2024
Ruins
754
1.026
Presídio de Vespasiano (feminino)
Dentro da capacidade
Dezembro de 2023
Regulares
204
167
Presídio de Pedro Leopoldo
Superlotado
Outubro de 2023
Péssimas
65
115
Fonte: CNIEP/ CN
Além disso, a legislação vigente tem impacto direto na superlotação carcerária. Segundo Ribeiro, o pacote anticrime de 2020 ampliou o tempo máximo de cumprimento de pena e restringiu a progressão de regime. Paralelamente, a Lei de Drogas de 2006 tem sido um fator para o encarceramento em massa, como apontado por Maikon Vilaça, presidente da Comissão de Assuntos Penitenciários da Ordem dos Advogados do Brasil em Minas Gerais (OAB-MG). Vilaça ressalta a dificuldade em diferenciar usuários de traficantes, levando a uma prisão discriminatória baseada em cor e localização.
A Sejusp, em resposta à crise, afirmou que a superlotação não é exclusiva de Minas Gerais, mas uma realidade nacional. A secretaria ressaltou investimentos de R$ 74 milhões em reformas estruturais e criação de novas vagas. Em 2023, 900 novas vagas foram disponibilizadas, além de iniciativas para a oferta de trabalho e estudo aos presos.
O TJMG enfatizou seu papel na humanização do sistema prisional, com a implementação de um novo sistema de audiências de custódia e a digitalização dos processos penais. Essas ações visam reduzir o número de presos provisórios e combater a violação dos direitos humanos nas prisões.
Por fim, o CNJ, através do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário, busca superar o "estado de coisas inconstitucional" nas prisões brasileiras. Seu Programa Fazendo Justiça foca na melhoria dos procedimentos de entrada e saída do sistema prisional e na qualificação da inclusão social.
Decisão estabelece que instituições financeiras devem ressarcir clientes prejudicados por fraudes se houver deficiência na proteção de dados ou falha em detectar operações atípicas.
Decisão estabelece que instituições financeiras devem ressarcir clientes prejudicados por fraudes se houver deficiência na proteção de dados ou falha em detectar operações atípicas.