Entenda o motivo dos feriados não terem sido antecipados em Minas

O objetivo era prolongar o feriado na tentativa de aumentar o isolamento social em todo o estado

Por Plox

30/03/2021 21h00 - Atualizado há mais de 3 anos

Nesta terça-feira (30), após divulgar sobre um possível “superferiado” em Minas, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG)  e o Governo de Minas desistiram de implementar o projeto que iria estender o recesso da semana santa até na quarta-feira (7/4).

A ideia inicial era de antecipar os feriados de 21 de abril de 2021, 2022 e 2023, referentes a Tiradentes, para os dias 5, 6 e 7 de abril deste ano. O objetivo era prolongar o feriado na tentativa de aumentar o isolamento social em todo o estado.

Mas, especialistas ao avaliar a possível situação, perceberam que a ação poderia acontecer de forma contrária, ao invés de aumentar o isolamento poderia aumentar o número de contaminação. pegando como base os feriados prolongados de Carnaval, Réveillon e Natal 

O projeto é de autoria do presidente da ALMG, deputado Agostinho Patrus, em uma nota conjunta ele colocou sua opinião sobre o projeto “a eficácia desta medida requer maior embasamento fático e estatístico, por isso, a proposta foi retirada do projeto”, disse o deputado.

Foto: Sarah Torres/ALMG

 

O professor de medicina da Universidade Federal de Minas Gerais e também infectologista Unaí Tupinambás, acredita que não ter antecipado os feriados ajudou muito. 

“A gente tem que parar de ficar “passando pano”, temos que dar nome aos bois: o que nós precisamos é de um lockdown. Essa história de antecipar um feriado, o sinal que vamos pôr para a população é outro: ‘então é feriado e vou pra praia, vou pra hotel fazenda, cachoeira, visitar meus parentes no interior’. Não é um momento de viajar, de pegar avião, de ter feriadão. É momento de lockdown. Diminuir a mobilidade urbana, caso contrário, essa tragédia de gente morrendo à espera de leito vai se estender até o final de maio, início de junho”, alerta o médico.

Ele ainda disse que a melhor coisa é restringir a circulação das pessoas no país. “Não podemos usar o termo ‘feriadão’, mesmo porque é um peso a mais para o trabalhador, antecipar os feriados. O que precisamos é restringir ainda mais a mobilidade. Fazer como, por exemplo, Araraquara, tem dados muito emblemáticos. Lá fizeram lockdown e conseguiram reduzir pela metade em 15 dias. Precisamos disso, não de ficar passando panos quentes e tapar o sol com a peneira”, finalizou.

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